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Existem diferenças entre a acne adolescente e a acne adulta – saiba quais

Pesquisadores brasileiros revisaram estudos sobre o assunto e lançaram um Guia explicando esse problema que afeta 40% das mulheres adultas do mundo.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 12 mar 2024, 15h21 - Publicado em 17 set 2019, 18h08

Se engana quem acha que a acne desaparece após a adolescência. Para algumas mulheres, ela é uma doença crônica, que persiste por toda a vida. Hoje, estimativas afirmam que 20% a 40% das mulheres do mundo apresentam algum grau de acne após os 25 anos.

Pesquisadores brasileiros revisaram os principais estudos nacionais e internacionais sobre o assunto e escreveram um Guia para o cuidado clínico da doença. Com isso, eles pretendem estabelecer de vez as diferenças dessa versão do problema para a acne adolescente, além de ajudar no tratamento clínico das pacientes que sofrem com a doença.

As diferenças entre a acne na adolescência e na vida adulta já começam pela distribuição entre os gêneros: enquanto uma média de 70% a 80% dos adolescentes têm acne, independente do sexo, na vida adulta há uma clara predominância do problema em mulheres – a proporção é de 1 homem com a doença a cada 4 mulheres. Até por isso, a doença nelas recebeu uma sigla específica: AMA (Acne da Mulher Adulta).

Apesar das múltiplas causas, as espinhas surgem na adolescência basicamente por conta do início da produção dos hormônios sexuais, que interferem na regulação das glândulas sebáceas. Isso acaba causando uma produção de sebo em excesso, e, consequentemente o entupimento dos poros da pele, formando espinhas, cravos ou inchaço.

Quando as acnes possuem características mais inflamatórias e dolorosas é por conta da presença da bactéria Cutibacterium acnes, que se alimenta das secreções produzidas pelas glândulas sebáceas. Apesar de ser comum na pele de toda a população, esse microrganismo é visto por receptores do sistema imunológico (chamados Toll-like 2) como um inimigo a ser combatido, e a partir disso é despertada uma resposta inflamatória – resultando em lesões.

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Na mulher adulta, os pesquisadores constataram que o problema dificilmente é hormonal. Para elas, o fator genético é bem mais significativo, e pode atuar basicamente de duas formas: na primeira, as mulheres apresentam uma maior quantidade de receptores Toll-like 2, o que resulta em mais lesões inflamadas pelo resto da vida. Até por isso, cravos e pequenas espinhas são incomuns depois de adultas, e as acnes grandes que prevalecem.

A segunda forma está relacionada à capacidade de algumas glândulas sebáceas auto regularem sua produção de sebo, o que acaba gerando um excesso de secreção e, consequentemente, acne. “Essa glândula funciona como uma usina, produzindo a quantidade de hormônio que vai regular seu funcionamento, o que acaba gerando excesso de sebo mesmo os hormônios no sangue estando normais”, disse o dermatologista Marco Rocha, pesquisador da Universidade Federal de São Paulo e um dos autores do Guia sobre a AMA.

Outro ponto que diferencia a acne adulta é onde ela se manifesta: enquanto na adolescência as lesões costumam aparecer na “zona T” do rosto (testa, região superior das bochechas, nariz), a acne na mulher se distribui mais pela chamada “zona U” – composta pela mandíbula, queixo e pescoço.

No ‘Guia para a prática clínica’, os pesquisadores ainda indicam que estresse, obesidade, dieta não balanceada, tabagismo, dentro vários outros fatores, pode influenciar para essa predominância de acne. Lá também há indicações sobre como tratar os casos mais comuns desse problema, enumerando as possibilidades e terapias disponíveis. Se você sofre do problema, vale a leitura (neste link) e a indicação para o seu dermatologista.

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