Como o cigarro afeta quem não fuma?
Que doenças ele pode causar?
A fumaça do cigarro é composta por cerca de 4 000 substâncias, e cinqüenta delas são comprovadamente cancerígenas. Algumas são mais perigosas (veja tabela abaixo). A fumaça se divide em dois tipos. “A primária é aquela aspirada pelo fumante (depois expirada) e a secundária resulta da queima direta do cigarro”, diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Escola Paulista de Medicina, especialista em consumo de álcool e drogas. A segunda, inalada pelo fumante passivo, é muito mais tóxica, porque não é filtrada e é mais fria do que a tragada. Ao tragar, o fumante “esquenta” a fumaça. Já os gases e partículas que formam a fumaça secundária, por sofrerem menos ação do calor, ficam preservados e atingem mais o pulmão. Isso não quer dizer que o fumante passivo corra mais riscos que o ativo, pois este respira os dois tipos de fumaça.
A quantidade de toxinas que atinge um fumante passivo depende do seu nível de exposição. Cada hora passada dentro de uma danceteria abarrotada de gente fumando eqüivalerá a um cigarro fumado. Em um ambiente onde trabalham dez funcionários e cinco fumam, no final do dia os não-fumantes terão em seus pulmões as toxinas equivalentes a cerca de três cigarros. Estudos realizados pela Agência de Proteção Ambiental Americana mostram que mulheres não fumantes casadas com fumantes tem 30% mais de chances de terem câncer de pulmão. Isso não quer dizer que, de cem, trinta desenvolverão a doença e sim que, se a possibilidade dela vir a ter câncer for de 3%, passará a ser 4%.
Radiografia do cigarro
A fumaça produzida pela queima direta do cigarro é mais tóxica do que a aspirada durante a tragada, porque esta passa pelo filtro
O cigarro libera cerca de 4 000 substâncias. Cinqüenta delas são cancerígenas
O filtro barra a passagem de algumas toxinas mas não consegue evitar os danos ao organismo