Lúcia Helena de Oliveira
Há 200 anos surgiam os medicamentos homeopáticos, que até hoje a maioria dos cientistas não engole, dizendo que são pura água. Mas muita gente acredita neles e alguns médicos se esforçam para provar sua eficácia.
O remédio é parecido com a doença
Tosse, febre, espirros, dor de cabeça? A culpa é do vírus da gripe, poderá dizer, de cara, um médico convencional. O homeopata, não. Para ele, o vilão, qualquer que seja a doença, é a falta de energia no organismo. E o remédio também não muda. A receita é sempre gotas de água ou bolinhas de açúcar (impregnadas de água). Nenhum dos princípios da Biologia ou da Química justifica essa terapia. Mas o mundo está cheio de gente garantindo que dá certo. E aumentam os casos de cura comprovada, um tremendo mal-estar para a ciência.
Graças ao sucesso de público, os Estados Unidos resolveram ignorar a crítica. Há menos de um ano, a homeopatia foi reconhecida como área médica pelo rígido Instituto Nacional de Saúde. Mesmo assim, a agência que controla os medicamentos no país, a poderosa FDA, continua afirmando que seus remédios não passam de ilusão.
Na França há uma contradição parecida. Lá, o homeopata não faz parte da medicina oficial, mas seus remédios já são aprovados e até reembolsados pelo governo. No Brasil, por sua vez, a prática é devidamente regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina há dezesseis anos. No entanto, do Oiapoque ao Chuí não existe uma faculdade sequer que a inclua no currículo dos cursos de graduação. Apesar disso, é impossível fechar os olhos para o fenômeno homeopatia. Dois séculos de combate não abalaram sua popularidade.
As idéias dessa medicina surgiram com o alemão Christian Samuel Hahnemann (1755-1843). Por uma década ele foi um médico conven-cional, seguindo a chamada alopatia. Mas, traumatizado de tanto ver gente morrer em conseqüência dos tratamentos aplicados, resolveu jogar tudo para o alto em 1789, quando tinha 34 anos. Decidiu ganhar dinheiro com tradução, já que falava sete línguas.
“No tempo dele a doença era vista como uma entidade que invadia o corpo e precisava ser eliminada pelas excreções”, explica o médico Marcelo Pustiglione, que ensina os princípios de Hahnemann no curso do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo. “As sanguessugas, vermes cheios de ventosas, eram peças-chave de qualquer tratamento.” As escolas médicas proclamavam que o melhor jeito de cuidar de uma fratura era deixar o indivíduo sangrar até perder a consciência. Desse modo, ele não incharia tanto, nem berraria de dor.
Cobaias humanas
Em meio aos livros sobre várias áreas da ciência que Hahnemann traduziu, um chamou a sua atenção, em 1790. Dizia que a quina, substância extraída da casca de certas árvores, baixava a febre porque fortificava o aparelho digestivo. Uma teoria muito estranha para um grande conhecedor de Química. Curioso, o tradutor passou a experimentador, tomando a droga diariamente, só para ver no que dava.
Em vez de mexer com o estômago, a quina provocou febre, delírios e outros sintomas parecidos com os da malária. E ela era usada justamente no tratamento dessa doença tropical, o que podia ser mera coincidência. Ressabiado, o médico mergulhou na investigação. Largou os livros e tudo o mais. Aproveitando-se de uma incrível habilidade para convencer amigos e parentes a servir de cobaia, passou os seis anos seguintes experimentando neles e em si próprio aquele e outros vinte medicamentos muito comuns na época. Em todos os casos, os remédios causavam os mesmos sintomas das doenças que curavam, quando eram dados a indivíduos saudáveis.
Hahnemann achou a explicação para o fenômeno nos escritos antigos de Hipócrates (460 a.C.-375 a.C.). Para o grego, considerado o pai da Medicina, não eram apenas os contrários que curavam. Hipócrates sabia que algo com efeito oposto ao da doença poderia fazê-la desaparecer, o que aliás é um dos fundamentos da chamada alopatia (veja quadro à esquerda). Mas afirmava que também os similares curavam. Segundo ele, indivíduos que viviam tossindo se livravam do problema contraindo uma doença que igualmente causasse a tosse. Entusiasmado com essa idéia, Hahnemann escreveu o “Ensaio sobre um novo princípio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais”. O texto, que marca o início da homeopatia, foi publicado em setembro de 1796 no Jornal de Hufeland, então a principal revista médica alemã.
Durante catorze anos, Hahnemann testou centenas de drogas para ver seus efeitos em organismos saudáveis. Só então, em 1810, ele publicou sua principal obra, o Organon, em que descreveu os princípios de sua medicina. Um deles é a causa de toda a polêmica: a aplicação de remédios tão diluídos que, pode-se dizer, quimicamente não são nada ou quase nada além de água.
O que os químicos não vêem
Hahnemann não diluía seus medicamentos aleatoriamente. “Como notou que as substâncias tinham efeitos semelhantes aos sintomas das doenças, ele queria evitar que o estado do paciente se agravasse após ser medicado”, explica o ho-meopata Romeu Carillo Júnior.
O criador da homeopatia fazia diluições na proporção de uma molécula de uma solução qualquer com o remédio para 99 moléculas de água e álcool (veja quadro abaixo).
Quando repetia esse processo mais de doze vezes, ultrapassava uma barreira sagrada da Química, a do número de Avogrado, usado para indicar a quantidade de moléculas existente em 1 grama de qualquer substância. Nas fórmulas acima de 12 CH (centesimais hahnemanianas, unidade do número de diluições), os químicos não acham nenhuma molécula de remédio por grama de H O.
“Ali só existe mesmo água”, diz o médico alopata Isaías Raw, diretor do Instituto Butantan em São Paulo. “Apelar para a homeopatia é acreditar em fantasma.” Romeu Carillo Júnior rebate: “Os químicos nunca explicarão o sucesso desses remédios porque eles têm algo diferente em seu campo magnético. Isso só os físicos conseguirão provar” (entenda essa teoria no infográfico da página 60). Todo ano, a Unidade de Homeopatia do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo, onde Carillo trabalha, recebe cerca de 4 500 pacientes. Ali, os médicos são unicistas, isto é, não importa a quantidade de queixas, o doente sairá com a receita de um único medicamento. Mas existem também médicos pluralistas, que indicam vários remédios de uma só vez.
Precisa de receita médica
O problema é que nem tudo é mui-to definido na homeopatia. Por exemplo: há unicistas e unicistas. Alguns acreditam que cada indivíduo tem a personalidade e o tipo físico de um determinado medicamento, o seu simillum (ou similar, em latim). E acham que ele é a solução de todos os seus males para o resto da vida. “Esses médicos pegam os ensinamentos de Hahnemann ao pé da letra”, diz Carillo Júnior, que pertence ao outro grupo de unicistas. “O criador da homeopatia usava uma fórmula de cada vez porque queria avaliar os efeitos do tratamento. De fato, é difícil analisar resultados se você usa várias medicações ao mesmo tempo. Em uma consulta o paciente pode sair com uma receita única e na consulta seguinte, com outra.”
As longas conversas entre médico e paciente são cruciais. “Muita gente acha que tomar fórmula homeopática sem indicação não é perigoso”, diz a professora Maria Isabel de Almeida Prado. “Isso não é verdade.” Segundo a especialista, que é uma das responsáveis pelo curso de pós-graduação em Homeopatia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, justamente por criarem doenças artificiais esses remédios podem causar encrenca quando mal-empregados. “A beladona é excelente para curar certas amigdalites”, exemplifica. “Mas, quando alguém sem essa inflamação ingere a substância, surge a febre e os vasos sangüíneos ficam dilatados.” O efeito já era conhecido das moças vaidosas do século XVIII, daí o nome, que vem de bella donna (mulher bonita, em italiano). Elas tomavam o chá da planta, que causava rubor na face, para criar a impressão de maquiagem.
Anotações duvidosas
Segundo Maria Isabel, existem mais de 2 500 medicamentos homeopáticos, feitos a partir de animais, vegetais ou minerais. “Todos podem ser preparados em qualquer concentração”, explica. Acredita-se que, durante sua vida, Hahnemann fez diluições entre 6 e 30 CH. Só na sexta e última edição de seu livro Organon, que seus herdeiros publicaram em 1921, 86 anos depois de sua morte, aparecem anotações de fórmulas diluídas até 50 CH. Muita gente duvida que elas tenham sido feitas pelo punho do médico alemão.
“Hoje, há quem prescreva 400 CH, 800 CH, 1 000 CH”, conta a farmacêutica. Principalmente os homeopatas da Argentina – país onde a homeopatia mais se desenvolveu, ao lado do Brasil, da França e do México – defendem que as superdiluições são mais eficazes no tratamento de problemas psíquicos, enquanto aquelas mais baixas são adequadas para os distúrbios físicos. “As superdiluições não são necessárias”, discorda Maria Isabel. “Elas exigem equipamentos sofisticados e só encarecem o remédio.”
Estudos acendem a polêmica
Para os homeopatas, avaliar os resultados de uma diluição ou de outra não é fácil. “Se fôssemos traçar o gráfico da ação de um remédio, ele seria um sobe-e-desce”, explica a professora Maria Isabel, da USP. “Na medida em que você dilui uma medicação cada vez mais, o efeito primeiro aumenta, depois diminui, em seguida volta a subir. E assim vai.” O curioso, segundo a farmacêutica, é que observando tantas curvas é possível pensar que, no final das contas, as superdi- luições podem ter o mesmo efeito de uma fórmula mais concentrada, como a 6 CH. “O problema é que ninguém conhece a razão do fenômeno e essa falta de padrão – conforme a diluição um remédio funciona ou não funciona – complica uma avaliação científica do nosso trabalho.”
O ginecologista homeopata Nicolau Caivano Neto acha importante que todo caso seja documentado. “Já passou o tempo em que o homeopata não pedia exames clínicos e laboratoriais”, diz o médico. “Eles não só servem para a gente saber exatamente as características de um problema, como para acompanhar os resultados.” Em seu ponto de vista essa documentação, mais dia, menos dia, forçará a comunidade científica a examinar a homeopatia mais a fundo, de modo a entender seus mecanismos. “O fato é que muitos criticam, mas ninguém quer investigar os casos que deram certo”, fala Caivano, que também pratica a alopatia. “Dou à paciente a opção de se tratar de um jeito ou de outro. Para o futuro, essa é uma tendência.”
O caso da beladona
Quando é cavado algum espaço para a homeopatia em laboratórios científicos sérios, explodem as críticas. A maioria acusa seus tratamentos de ter efeito psicológico (veja quadro à direita). O escândalo mais notório ocorreu há dez anos, em 1986, quando a revista inglesa Nature publicou em sua edição de dezembro um trabalho do imunologista francês Jacques Benveniste. Diretor do conceituado Inserm (a sigla em francês para Instituto Científico de Estudos e Pesquisas Médicas), o alopata Benveniste estudava alergias em geral e resolveu fazer uma pesquisa sobre a ação de dois remédios homeopáticos à base de beladona e de ferro fosfórico. “Eu também era cético quando comecei a testar esses produtos”, disse à SUPER. “A minha cultura científica me levava a pensar que tudo não passava de placebo, algo com efeito imaginário. Resolvi fazer a experiência justamente para pôr uma pedra no assunto.”
A equipe de Benveniste observou, em tubos de ensaio, células chamadas neutrófilos. Parte do sistema imunológico, elas liberam moléculas de radicais livres, desencadeando as inflamações. Os cientistas estimularam a produção desses radicais. Depois, pingaram algumas gotas das substâncias em análise. “As duas fórmulas reduziram a liberação daquelas moléculas em 25%”, conta Benveniste. Um antiinflamatório alopático provoca uma redução maior, em torno de 40%.
Em uma segunda experiência com amostras do sangue de pacientes alérgicos, o grupo francês testou outra medicação homeopática, à base do veneno de abelhas. “Durante as crises alérgicas, certas estruturas celulares chamadas basófilos se modificam”, explica o médico. “O que notamos é que o veneno de abelha diminuía essa
reação celular, indicando que poderia atenuar as crises. E, quanto maior a diluição, maior era esse efeito.” Ao serem publicados na Nature, os trabalhos provocaram uma chuva de mais de trezentas cartas e telefonemas criticando a atitude da revista que, por ser científica, na opinião desses leitores não deveria dar crédito a um estudo sobre a homeopatia.
“Tínhamos de checar se havia um erro ou não. E parece que erramos”, fala o inglês John Maddox, hoje aposentado, mas que na época dirigia a publicação. Maddox, acompanhado de um especialista em fraudes científicas e um mágico famoso na época, foi até o laboratório francês à caça de alguma maracutaia. Ao repetir a experiência diante do trio, Benveniste não obteve os mesmos resultados. A revista pediu desculpas ao público em seu editorial. E Benveniste só agora está retomando seu espaço nos meios científicos. “Achei estranho e preconceituoso existir um mágico na equipe de investigação”, diz o pesquisador francês. “Continuo assumindo os primeiros resultados. Não digo que a homeopatia funciona. Só posso dizer que aqueles produtos que testei têm, de fato, algum efeito biológico.”
PARA SABER MAIS
Organon da Arte de Curar, Samuel Hahnemann, versão comentada por Marcelo Pustiglione e Romeu Carillo Júnior, Editora Homeopatia Hoje, São Paulo, 1994.
O que é Homeopatia, Flávio Dantas, Editora Brasiliense, São Paulo, 1984.
EXPOSIÇÃO:
Museu Histórico Nacional, Praça Marechal Âncora, s/número, tel. 021 220 5450, Rio de Janeiro. Funciona das 10 às 17h30.
Dois caminhos para tratar o mesmo mal
Veja como alopatas e homeopatas encaram uma dor de cabeça.
A queixa
Mal conseguindo abrir os olhos de tanta dor de cabeça, o paciente vai ao médico.
Homeopatia
O nome, de origem grega, quer dizer “igual à doença”. A dor deve ser curada por um remédio que provoque outra dor.
A causa
Sempre será um desequilíbrio energético de todo o organismo.
A consulta
É o momento estratégico do tratamento. Em uma longa entrevista, o médico cava informações sobre o estado emocional do doente. Investiga o que ele está sentindo, qualquer sintoma físico ou psíquico. Também leva em consideração a dieta, o clima, até a luminosidade no ambiente de trabalho.
O tratamento
As informações levam a um remédio capaz de provocar o mesmo conjunto de sintomas físicos e mentais, inclusive a dor. O medicamento deve fazer o corpo acionar suas defesas naturais contra os distúrbios.
Alopatia
O nome, que também vem do grego, significa “oposto à doença”. O sintoma e suas causas são combatidos com drogas contra eles.
A causa
Poderá ser externa (um vírus da gripe) ou interna (um distúrbio localizado).
A consulta
O paciente conta o que sente, onde dói e de que maneira. O foco é no problema em si. Outros sintomas, psíquicos ou físicos, não são necessariamente considerados importantes.
O tratamento
O médico ataca o problema com remédios contra o sintoma e pode incluir na receita outras drogas contra doenças que, sabe-se, causam aquele tipo de dor. A medicação age por si. Não há preocupação em estimular o corpo a se defender.
A arte de fazer gotas e bolinhas
Conheça o passo-a-passo da fabricação dos remédios.
A trituração
Esta etapa só existe quando a matéria-prima se encontra em estado sólido, como o índigo, o pó azul na foto. A substância é misturada com a lactose, o pó branco. Esse açúcar do leite ajuda a triturar qualquer material.
Hora de pesar
Se o medicamento é líquido, como as tinturas de plantas, o processo já começa nesse ponto. Tudo passa pela balança. Pelo peso, os farmacêuticos chegam à proporção de uma molécula do remédio para cada 99 moléculas da solução de água destilada e álcool.
A agitação
É conhecida por dinamização. Sobre um travesseiro, para não machucar as mãos, o farmacêutico sacode 100 vezes o frasco que contém a diluição. Não se sabe por que esse número. Mas os homeopatas garantem que, sem ser dinamizado, o remédio não terá o mesmo efeito.
Nova diluição
A balança volta à cena. É preciso pesar para obter a proporção de uma molécula da primeira diluição para cada 99 moléculas de uma solução fresquinha de água e álcool. Então, pode-se dizer que o remédio tem 2 CH (centesimais hahnemanianas, que são unidades de diluição).
Tudo outra vez
Na realidade, os remédios homeopáticos têm sempre acima de 6 CH. Ou seja, são diluídos seis vezes naquela proporção de um para 99 e, depois de cada diluição, também são sacudidos 100 vezes. Acima de 12 CH, o remédio é pura água do ponto de vista químico
Água com açúcar
Em gotas ou em glóbulos de açúcar (as bolinhas), o efeito é o mesmo. O paciente é quem decide que forma prefere tomar. A versão em gotas fica pronta assim que termina a última sessão de agito. Já os glóbulos devem ser impregnados com a diluição, como na foto.
A teoria é de que a água cura porque tem memória
Como ela adquire princípios ativos, segundo os homeopatas.
Primeiro contato
As moléculas de água, álcool e medicamento se misturariam homogeneamente.
Mistura de campos
Quando a solução é agitada, os campos eletromagnéticos ao redor delas se cruzariam.
Marcada para sempre
O campo eletromagnético da água passaria a vibrar como se a molécula do remédio estivesse presente, provocando sérias reações no organismo.
Nas glândulas
A água começaria a agir como a droga acionando glândulas do corpo.
Nas defesas
Os estímulos nervosos e hormonais aumentariam a eficácia do sistema imunológico
Nas emoções
Tudo levaria a uma melhora do estado emocional, que também influenciaria o corpo.
Efeitos reais ou ilusórios?
Dois estudos recentes tiveram resultados completamente opostos. Os dois levantavam a mesma questão: afinal, será que os tratamentos homeopáticos funcionam porque têm efeito psicológico? No ano passado, o médico escocês David Reilly, do Instituto de Homeopatia de Glasgow, Escócia, fez uma pesquisa com trinta pacientes alérgicos e publicou os resultados no English Medical Journal. Segundo relatou, sem saber de nada, metade dos pacientes recebeu placebo, um falso remédio, e a outra metade recebeu medicação homeopática. A incidência de cura na turma medicada foi 60% maior do que no restante, sinal de que o remédio agia além da esfera meramente psicológica.
Mas em outra publicação britânica especializada, a célebre The Lancet, o epidemiologista francês Daniel Swartz divulgou um trabalho com seiscentas pessoas que passaram por cirurgias abdominais. Esse tipo de operação causa uma paralisia temporária do intestino. Segundo ele, a metade que tomou ópio, remédio indicado pelos homeopatas para melhorar a função intestinal, demorou 95 horas, em média, para se recuperar. O mesmo prazo de quem engoliu gotinhas falsas.