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Infecções fúngicas resistentes a medicamentos estão aumentando nos EUA

Estudo apontou um rápido aumento nos casos de infecção por Candida auris no país e um possível culpado: o aquecimento do planeta.

Por Leo Caparroz
23 mar 2023, 18h27

O Candida auris, um fungo resistente a medicamentos que pode ser letal, está crescendo rapidamente pelos Estados Unidos e preocupando as autoridades de saúde do país.

Desde 2016, quando o fungo foi detectado pela primeira vez por lá, já houva casos em mais da metade dos estados. Segundo um estudo de pesquisadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), as infecções por C. auris aumentaram mais de 200% de 2019 para 2021- foram de 476 casos anuais para 1.471.

Muitas das pessoas infectadas já estavam debilitadas, lutando contra outras doenças graves. Portanto, é difícil estimar quantas pessoas morreram por causa do Candida auris. Os cientistas do estudo do CDC, contudo, estimam que a taxa de mortalidade da infecção fúngica esteja entre 30% e 60%.

Os pesquisadores compilaram e estudaram os números dos departamentos de saúde locais e estaduais americanos de 2016 até o final de 2021.

Foram levados em conta tanto pacientes que ficaram doentes, quanto aqueles que só transmitiram o fungo de alguma forma. Nesse período, as autoridades de saúde documentaram 3.270 infecções totais por C. auris, e 7.413 casos em que o vírus estava presente em uma pessoa, mas não causou doença.

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Apesar de o estudo não ter incluído números de 2022, o CDC afirma que os casos continuaram a aumentar: dados preliminares apontam para cerca de 2.377 infecções por C. auris no ano passado.

Pessoas saudáveis geralmente não têm com o que se preocupar. Diariamente, inalamos milhares de esporos e fungos, que teriam potencial para nos fazer mal, mas um sistema imunológico saudável dá conta de facilmente neutralizar a ameaça.

Contudo, o C. auris pode ser uma grande preocupação para pessoas que têm as defesas comprometidas ou pacientes que usam dispositivos médicos invasivos, como tubos de respiração ou alimentação. O fungo sobrevive por muito tempo nas superfícies, e produtos de limpeza comum podem não ser eficazes.

É difícil eliminá-lo, e enfermeiros e médicos podem espalhar acidentalmente o fungo através de suas roupas, luvas e equipamentos de proteção individual.

Infecções assim costumam ser tratadas com medicamentos antifúngicos. Contudo, o caso do C. auris é complicado – além dele poder ser confundido com outras espécies de Candida, cientistas alertam que o C. auris está se tornando cada vez mais resistente a esses medicamentos.

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O aquecimento global também pode ter uma parcela de culpa na proliferação do fungo. A temperatura de um corpo humano varia entre 36°C e 37°C, o que é quente demais para que fungos como C. auris sobrevivam.

Porém, alguns pesquisadores supõem que, conforme o clima esquentou, o C. auris passou a resistir às temperaturas mais altas e, por consequência, prosperar entre os humanos.

O C. auris foi detectado pela primeira vez em 2009, no Japão. Desde então, já foi identificado em mais de 30 países, incluindo o Brasil.

Depois de realizar o sequenciamento genético de C. auris de diferentes nações, pesquisadores concluíram que as infecções provavelmente estouraram de forma independente e simultânea em várias regiões do mundo – o que apoia a hipótese da mudança climática como contribuinte para o processo.

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