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Mulher trans consegue amamentar graças a terapia de lactação

Tratamento experimental, com supervisão médica, incluiu doses de vários hormônios -e permitiu que a paciente produzisse 227 gramas de leite por dia

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 fev 2018, 13h48 - Publicado em 15 fev 2018, 13h35

Endocrinologistas americanos publicaram, pela primeira vez na história, o registro médico de uma mulher transgênero que, graças à lactação induzida, conseguiu amamentar seu filho recém-nascido.

O estudo de caso conta que a mulher, que tem 30 anos e permaneceu anônima, foi submetida a um tratamento hormonal experimental de três meses e meio. Os resultados permitiram que seu bebê fosse exclusivamente alimentado com leite materno por 6 semanas e crescesse saudável durante todo o período.

O nenê estava sendo gestado pela companheira da paciente, que não tinha interesse em amamentar. Assim, quando a gravidez atingiu cinco meses e meio, ela buscou o centro especializado em medicina trans do Hospital Monte Sinai, em Nova York, para descobrir se poderia assumir a função de amamentar o bebê.

Seis anos antes disso, a paciente já recebia um tratamento hormonal razoavelmente comum para mulheres trans, que inclui estrogênio e progesterona, os hormônios femininos, assim como a espironolactona, uma substância antiandrógena – ou seja, que reduz os níveis de testosterona no organismo. Graças a esse tratamento, os seios da paciente se desenvolveram sem intervenção cirúrgica.

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Já durante o tratamento para lactação, as doses dos hormônios que ela já tomava foram aumentadas, e outros remédios foram adicionados pelos médicos.

Um deles, a domperidona, que é usado tradicionalmente para náuseas, é controverso: em fóruns online, mulheres trans compartilham dicas – e dali teria vindo a ideia de usar a domperidona como indutora da lactação. A diferença, é sempre bom deixar claro, é que o teste foi feito com acompanhamento médico constante, dentro de um hospital preparado.

Além da parte química, os médicos tentaram também um gatilho físico do leite: estimular as mamas com uma bomba tradicionalmente usada para extrair leite materno durante a amamentação. A bomba era usada por 5 minutos, três vezes ao dia. 

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Com um mês de tratamento, a paciente começou a expelir algumas gotinhas de leite. Ao fim da terapia, sua produção chegou ao ápice de 227 gramas de leite por dia. Com essa quantidade de leite, ela conseguiu manter o regime de amamentação exclusiva por seis semanas. O pedriatra que acompanhou o bebê nesse período concluiu que ele se desenvolveu de forma normal e saudável.

Mesmo assim, 227 gramas fica abaixo do que um bebê de poucas semanas consome diariamente. Da sexta semana em diante, a mãe optou por complementar a amamentação com o famoso leite em pó para recém-nascidos.

O artigo, vale lembrar, é um estudo de caso, que registra casos importantes para a literatura médica. Faltam outros tipos de pesquisa que avaliem, no longo prazo, se a amamentação trará algum outro tipo de impacto. É preciso, também, que a análise química e nutricional do leite da paciente seja publicada. Só aí é que será possível cravar se o tratamento é eficiente e seguro para ser replicado em outros casos.

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