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Mulheres que amamentam têm risco menor de doenças no coração

Elas registraram risco 18% menor de sofrer infarto e 17% menos chance de ter um AVC - em comparação a mães que não amamentaram

Por Guilherme Eler
Atualizado em 22 jun 2017, 19h40 - Publicado em 22 jun 2017, 19h26

O primeiro contato afetivo que os pequenos têm com suas mães passa pelo peito. O aleitamento materno, porém, não é essencial só para o bebê mas, para a saúde da mãe também. É o que mostra esta pesquisa, publicada na revista Journal of the American Heart Association.

Estudos anteriores já tinham demonstrado que mulheres que amamentaram têm menos chance de desenvolver doenças como câncer de mama e de ovários, diabetes e artrite. Esta agora adiciona mais um belo item à lista: amamentar também diminui o risco das mães terem ataques de coração ou AVC (acidente vascular cerebral) – mesmo até oito anos depois de darem à luz.

Para comprovar mensurar esse efeito, cientistas da Universidade de Oxford e da Academia Chinesa de Ciências Médicas analisaram dados de mais de 290 mil mulheres na China. Elas tinham entre 30 e 79 anos, e cederam informações como o número de filhos e por quanto tempo amamentaram suas crias. Para que os resultados fossem ainda mais fiéis, os pesquisadores consideraram também fatores como fumo, pressão sanguínea, obesidade e diabetes.

Em comparação às mulheres que não amamentaram, as mães que o fizeram registraram um risco de infarto 9% menor, além de 8% menos chance de sofrer um acidente vascular. E, ao que tudo indica, os benefícios para a saúde do coração das mamães parecem ser cumulativos: para aquelas que deram de mamar até que a criança completasse dois anos, esses índices ficaram na casa dos 18% e 17%, respectivamente. E mais: a cada seis de amamentação a partir dessa marca, o risco de ter cada um dos problemas era reduzido de 4 (para o infarto) a 3 (para o AVC) pontos percentuais.

O estudo atual não encontrou diferenças entre os índices de massa corporal entre mães que amamentaram e que não amamentaram. No entanto, pesquisas anteriores notaram alterações metabólicas favoráveis durante a época de gestação – como menor pressão sanguínea e níveis mais baixos de colesterol. A gordura acumulada, da mesma forma, é queimada de maneira mais eficiente nessa época. Tudo para preparar melhor a casa que o bebê irá ficar, além de garantir a produção do leite. Sem queimar suas reservas, quem não amamenta pode sofrer com ganho de peso, fator de risco para o desenvolvimento de problemas no coração.

Apesar do fator geográfico precisar ser considerado – a dieta de uma mãe chinesa é bem diferente da que mulheres de outros países levam, por exemplo – os resultados são bastante favoráveis às brasileiras. Uma pesquisa do ano passado mostrou que a taxa de aleitamento materno até os seis meses, no Brasil, é o dobro da registrada em países como a própria China, Estados Unidos e Reino Unido. Por aqui, 50% das crianças mamam até um ano – e 25% até dois anos de idade. Em 2006, a média de tempo em que as brasileiras amamentavam seus filhos era de 14 meses, bem além dos seis meses recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

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