O melhor hambúrguer vegetariano do mundo tem gosto de carne
De encher os olhos, o estômago e os bolsos - Bill Gates é um dos patrocinadores dessa maravilha gastronômica.
A fórmula do hambúrguer perfeito é simples: um pedaço suculento de carne, queijo derretido, pão macio levemente tostado por dentro e pickes, cebola e um pouco de salada para variar as texturas e umedecer o sanduíche.
Notou que a carne é a primeira da lista? Sem o ingrediente, o hambúrguer perde a identidade, vira outra coisa – no máximo, hambúrguer vegetariano. Polêmicas blood-free à parte, o fato é que berinjela, grão de bico, beterraba ou cogumelos (bases muito comuns nas versões vegetarianas do lanche) podem ser bastante gostosos, mas não têm gosto de carne.
À procura do sabor perdido da carne nos hambúrgueres vegetarianos, a empresa americana Impossible Food, estimada em U$200 milhões e U$300 milhões pela revista Wired, atraiu U$183 milhões – dentre os investidores está Bill Gates e o chinês Li Ka-shing, da Horizons Ventures – para reconstituir o gosto de carne bovina a partir de plantas.
Melhor que o tamanho dos investimentos foi o resultado: depois de três anos e meio de pesquisa, descobriram que uma molécula responsável pelo sabor e o cheiro da carne não está apenas no sangue, mas faz parte da constituição de várias plantas.
Derivada da hemoglobina, proteína que transporta oxigênio e dá a cor avermelhada ao sangue, a molécula “Heme”foi recombinada com outras, para que além do sabor, ganhasse também a textura comparável à de um bom bife – para isso, fizeram testes com alimentos um tanto inesperados para ir parar na grelha ou entre dois pedaços de pão, como coco e melão. Se, a princípio, os testes com esses alimentos causam estranheza, o hambúrguer suculento feito apenas com plantas causa espanto – e claro, água na boca.
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O sanduíche com cheiro, cara, textura e sabor de carne é feito apenas com plantas. E, por isso, é livre de colesterol, hormônios, antibióticos e outros malefícios da proteína animal. O nome “The impossible burguer”(O hambúrguer impossível, em português) pode soar um pouco ambicioso, mas se levarmos em consideração que os Estados Unidos consomem 50 bilhões de hambúrgueres por ano (uma média de três lanches por semana para cada americano), e que essa novidade não envolve a morte de animais e pode reduzir o consumo de emissões de metano, gás carbônico, gasto de água e energia, o alarde ambicioso se justifica.
O melhor do hambúrguer, na chapa para veganos e carnívoros convictos.