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O que faz a pneumonia da Covid-19 diferente da convencional?

Tudo começa com o tratamento: ainda não existe uma forma direta de combater o novo coronavírus. Entenda como a doença age no corpo.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 24 mar 2020, 16h58 - Publicado em 24 mar 2020, 16h31

Olhando apenas para números absolutos, o novo coronavírus pode até passar como inofensivo: afinal, cerca de 80% dos pacientes de Covid-19 se recuperam sem necessidade de tratamento especializado. Pacientes dos grupos de risco – idosos, diabéticos, hipertensos, cardíacos e asmáticos –, no entanto, podem sofrer com os efeitos de uma forte pneumonia. Não à toa o nome oficial do novocoronavírus é Sars-CoV-2. Trata-se da sigla para “síndrome respiratória aguda grave por coronavírus 2” – da mesma família da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), identificada em 2002.

Aquela pneumonia que conhecemos, considerada comum, é bacteriana (causada por bactérias). Apesar de também poder ser perigosa – pois causa inflamação dos pulmões e aparecimento de pus nos sacos aéreos, dificultando a respiração –, seu tratamento é mais simples. Uma ou duas semanas de antibiótico podem resolver o problema. 

Já a pneumonia que acompanha a Covid-19 tem origem viral. Seu principal problema é que ainda não se sabe qual remédio é capaz de combater o invasor. Por enquanto, os médicos estão tratando a doença com antivirais e antibióticos usuais, pois pacientes com pneumonia viral podem desenvolver infecções secundárias. Para aqueles que necessitam de internação, a única coisa a se fazer é oferecer a ventilação por aparelhos e manter os níveis de oxigênio altos, até que o pulmão volte a funcionar normalmente. 

Vale lembrar que existem ainda outros tipos de pneumonia além da viral e da bacteriana. Elas podem ser causadas por fungos e também por reações alérgicas. Os agentes infecciosos da pneumonia não costumam ser transmitidos facilmente, o que torna o quadro bem diferente de uma gripe, que salta de pessoa para pessoa rapidamente.

Como age a pneumonia causada pelo novo coronavírus?

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A história começa quando a infecção atinge a chamada árvore brônquica, conjunto de estruturas ramificadas do pulmão que permitem a respiração. Nesse momento, sintomas leves como tosse e febre podem aparecer.

Os tecidos que protegem a região, então, ficam feridos. A resposta do corpo é causar uma inflamação no local – e isso causa um efeito dominó. Os nervos que recobrem vias aéreas acabam comprometidos. O resultado é aquela sensação incômoda que faz o paciente tossir a todo momento. 

Caso o quadro piore, as unidades de troca de gás (O2 e CO2) que ficam no finalzinho do sistema respiratório, também acabam infectadas. Como resposta, despejam material inflamatório nos sacos de ar que estão no fundo do pulmão. E aí, se inflama, já era. Isso impossibilita a passagem ideal de oxigênio para a corrente sanguínea, logo, fica mais difícil para o corpo se livrar do gás carbônico, situação que pode levar causar morte. 

Isso não significa que ela será letal para todos, mas o perigo é maior para aqueles que estão nos grupos de risco, principalmente idosos. O sistema imunológico enfraquece com a idade e os anticorpos passam a responder de forma menos eficiente. Logo, a destruição do vírus de forma natural deixa de acontecer, e o tratamento via medicamentos é praticamente a única defesa com que o corpo pode contar. 

A Covid-19 pode deixar sequelas no pulmão?

Ainda não é possível afirmar com certeza a extensão das sequelas. Mas, médicos de Hong Kong analisaram a primeira leva de pacientes curados do país e notaram uma redução de 20% a 30% na função pulmonar de alguns deles. 

Das 12 pessoas tratadas, três relataram sinais de fadiga ao caminhar mais rápido – algo que é possível recuperar no longo prazo com a ajuda de exercícios cardiovasculares, como corrida e natação. 

Além disso, existe um fenômeno chamado “opacidade em vidro fosco”. Isso ocorre quando há acúmulo de líquido nos pulmões e surgem manchas brancas nas tomografias. Nove pacientes apresentaram padrões deste fenômeno. Confira abaixo a imagem do pulmão de um infectado pelo novo coronavírus em diferentes momentos da doença, mostrando o aumento da opacidade em vidro fosco.

(Lei et al., Radiology, 2020/Reprodução)

A recuperação da Covid-19 nem sempre é rápida. Há pessoas assintomáticas, ou seja, nem percebem que estão doentes. Outras, com sintomas leves, levam mais ou menos o mesmo tempo de uma gripe comum para se recuperar. Pessoas com pneumonia, mas fora dos grupos de risco, demoram de alguns dias a semanas para se livrar da doença. Já para os grupos de risco, esse tempo pode ser bem maior – se estendendo a até alguns meses. 

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