Pele que brilha no escuro é inventada por cientistas japoneses
Desenvolvido a partir de células tronco de ratos, tecido tem todas as camadas e funções da pele natural - e pode até ter pelos
E se você pudesse comprar uma pele nova? Qualquer queimadura, cicatriz ou doença dermatológica poderia ser apagada – e você não precisaria mais se preocupar com filtro solar ou com maquiagem. Bom, isso ainda não é uma realidade para humanos, mas um bando de cientistas do instituto Riken, no Japão, conseguiu fabricar pele de ratos usando células tronco dos bichinhos. E tem mais: o tecido foi transplantado com sucesso de um rato para outro.
Mas como é que os cientistas criaram essa pele? Primeiro, as células tronco foram geneticamente modificadas para ficarem fluorescentes, e, assim, mais fáceis de serem identificadas no estudo. Depois, elas foram multiplicadas em laboratório e implantadas na pele de ratos vivos e sem pelos. Deu certo: as células começaram a se desenvolver e se conectar aos nervos e músculos dos bichos, com pelos e glândulas. O último passo foi testar o transplante, que aconteceu sem problemas de rejeição: a pele continuou crescendo normalmente no ratinho receptor. Por causa da alteração genética, feita no começo do estudo, a pele sintética brilha no escuro – mas os cientistas afirmam que isso não teve nenhum efeito no organismo das cobaias. É só muito legal de ver.
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Tudo isso é animador, ainda mais se a gente for pensar em queimaduras ou em câncer de pele. Mas o problema é que ainda há um longo caminho entre os ratos e os humanos. O mais perto que já se chegou de fabricar esse tecido para pessoas foi há dois anos, quando pesquisadores do Reino Unido conseguiram criar uma única camada, a epiderme, a partir de células tronco humanas. Desde então, não houve grandes avanços na pesquisa, e é por isso que os cientistas japoneses estão otimistas com a descoberta: mesmo que não sejam células humanas, esta é a primeira vez que um tecido tão complexo quanto a pele é criado em laboratório com camadas internas e externas, glândulas que produzem suor, folículos capilares e um crescimento celular estável.
Os japoneses ainda não entenderam muito bem como os mecanismos de desenvolvimento dessa pele artificial funcionam, então a ideia é usar a descoberta como um modelo para estudar e aperfeiçoar aos poucos essa técnica – é um primeiro passo. Mesmo assim, eles estimam que a pele artificial estará pronta para ser testada em humanos em menos de 10 anos, e que, nesse mesmo período, eles conseguirão desenvolver outras partes do corpo, como glândulas salivares, glândulas lacrimais e até dentes. Por enquanto, então, não esqueça o filtro solar.
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