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Pequenos prazeres: atividades cotidianas melhoram a saúde e o bem-estar

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos indica que os pequenos prazeres do cotidiano reforçam o sistema imunológico do organismo.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h35 - Publicado em 30 set 1994, 22h00

Conversar, encontrar amigos e jogar futebol, enfim, viver momentos agradáveis, são os novos aliados do organismo na luta contra as doenças, de acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos. Os pequenos prazeres cotidianos reforçam o sistema imunológico do organismo, garantem os pesquisadores.

O psicólogo americano Arthur Stone, da Universidade Estadual de Nova York, está convencido que pequenos prazeres, como a festa de aniversário de um filho ou uma prosaica pescaria com amigos, podem fortalecer o sistema imunológico. Stone e seus colegas concluíram que existe uma indiscutível relação entre eventos considerados agradáveis e o aumento de moléculas defensoras do organismo. “O estudo reforça a hipótese de que eventos corriqueiros influenciam todo o sistema imunológico”, diz o psicólogo.

As alegrias domésticas, como uma conversa relaxante depois do jantar, por exemplo, são as primeiras colocadas no ranking das atividades que mais provocam aumento de anticorpos. De acordo com a pesquisa, os efeitos positivos dos pequenos prazeres sobre as defesas do organismo são mais duradouros do que as conseqüências negativas. “A relação causal foi muito mais forte no primeiro caso do que no segundo”, disse Stone em entrevista a SUPERINTERESSANTE.

O psicológo conduziu uma pesquisa com 96 casais de voluntários que, durante 84 dias, responderam a um questionário, todas as noites. A pesquisa é apenas um indicador. Os voluntários moravam na vizinhança da universidade e tinham renda familiar entre 51 000 e 60 000 dólares anuais, nível universitário e idade média de 42 anos. Nos questionários, eles reconstituiam os principais acontecimentos das últimas 24 horas e os classificavam como desejáveis ou indesejáveis. Também qualificavam o seu humor e registravam eventuais sintomas de gripes ou resfriados.

O objeto da pesquisa eram os homens. As mulheres foram apenas testemunhas de que o relato dos maridos estava correto. De manhã, os homens tomavam 100 miligramas de uma proteína de coelho, cuja função é provocar o sistema imunológico, induzindo a produção de moléculas de defesa ou anticorpos. À noite, os voluntários colhiam amostras de saliva, nas quais se pode medir a quantidade de alguns desses anticorpos, como a chamada imunoglobina secretória A (sIgA), liberada nas mucosas do corpo humano. Depois, os dados eram comparados com as atividades cotidianas da família.

Os cientistas já sabiam que episódios muito estressantes, como a morte de uma pessoa querida ou a perda do emprego, são capazes de baixar a eficiência do sistema imunológico. No caso, são tristezas muito fortes, mas esporádicas. O que ninguém podia afirmar com certeza era que as pequenas frustrações do dia-a-dia, e não só as grandes, também seriam danosas. Nesse sentido, o estudo americano foi revelador. Os problemas de trabalho são os maiores inimigos da defesa do organismo, de acordo com o ranking da pesquisa. Eles diminuiriam o número de anticorpos até três vezes mais do que as preocupações com dinheiro, que ocupam o segundo posto dentro do grupo de voluntários analisado.

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Mas até que ponto esses problemas cotidianos seriam nocivos? No início da investigação, Stone formulou a teoria de que um evento indesejável conseguiria diminuir ou anular os efeitos positivos de uma ocorrência desejável, quando os dois aparecessem no mesmo dia. Isso acabou não se confirmando. Felizmente, uma alegria ainda é uma alegria para o sistema imunológico, mesmo num dia que se revele cheio de contrariedades.

O problema com a pesquisa de Stone é a sua pequena abrangência. Ninguém pode afirmar que com pessoas de outras faixas etárias, ou de classes sociais diferentes, um jantar em família tenha o mesmo peso que para os voluntários nova-iorquinos. Mas a pesquisa é um bom indicador de que os prazeres do cotidiano, mesmo quando pequenos, fazem muito bem para o organismo. Ser feliz, afinal, é uma atitude saudável.

 

 

Para saber mais:

Os defensores do corpo humano

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(SUPER número 7, ano 2)

O curto-circuito do orgasmo

(SUPER número 11, ano 7)

A corrida do século

(SUPER número 6, ano 8)

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Ciência do desejo

(SUPER número 6, ano 10)

 

 

As melhores alegrias

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1- Situações de felicidade doméstica (festa de aniversário de um parente, refeição em paz com a família)

2- Momentos de lazer (pescaria, jogging, jogo de futebol)

3- Experiências interiores satisfatórias (prazer religioso, sessão de análise produtiva)

4- Bem-estar com amigos (noitada agradável num bar, bate-papo)

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5- Satisfação no trabalho (elogio do patrão, tarefa bem realizada)

6- Tranqüilidade financeira (pagamento de uma dívida, recebimento de um dinheiro extra).

 

 

As piores tristezas

1- Problemas no trabalho (bronca do patrão, dificuldade para realizar alguma tarefa)

2- Preocupações financeiras (dívidas a pagar, despesas imprevistas)

3- Desentendimentos com amigos (discussões, frustrações)

4- Brigas conjugais

5- Experiências pessoais insatisfatórias (frustrações religiosas, sessões de análise improdutivas)

6- Situações domésticas ruins (discussões durante o jantar, fes-ta de aniversário em que as coisas saem erradas).

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