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Terapia genética pode ajudar a reduzir o consumo de álcool

Em testes com macacos alcoólatras, ela reduziu em 90% o consumo de álcool. Mas o tratamento envolve uma injeção no cérebro, e só seria usado em último caso.

Por Leo Caparroz
14 ago 2023, 18h48
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  • Segundo uma pesquisa realizada a pedido do CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), 17% dos brasileiros que bebem o fazem de forma abusiva. Atualmente, os tratamentos mais comuns para o abuso de álcool são a psicoterapia e grupos de apoio. Até existem alguns medicamentos para reduzir o consumo, mas eles não funcionam para todos.

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    Um novo estudo pode ter dado uma nova possibilidade de tratamento: terapia genética cerebral. Ela precisaria ser feita uma única vez, ao invés de um tratamento contínuo. Quando testada em macacos, ela reduziu drasticamente a ingestão de álcool. Se funcionar em pessoas, seria um possível último recurso para aqueles com casos mais graves de alcoolismo.

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    Durante os tratamentos, sejam terapias ou remédios, alguns pacientes acabam tendo recaídas e cedem ao desejo do álcool. Por isso, os pesquisadores se perguntaram se a terapia genética poderia ser um tratamento com efeitos duradouros.

    As pessoas que beberam quantidades excessivas de álcool por muitos anos geralmente têm níveis mais baixos de dopamina em partes específicas no centro do cérebro. “Isso contribui para que as pessoas precisem do álcool para ter sentimentos de recompensa”, afirma Kathleen Grant, autora do estudo.

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    Projetada para aumentar a dopamina nesses alvos, a terapia genética foi administrada em macacos-rhesus machos. Quando jovens, esses primatas entortavam o caneco de forma relativamente pesada quando lhes era oferecido álcool, e quando adultos, consumiam o equivalente a várias doses de álcool por dia.

    A equipe de Grant usou um vírus modificado para entregar um gene que codifica uma molécula de sinalização chamada GDNF ao cérebro de quatro desses macacos. Acredita-se que o GDNF promova a sobrevivência e o funcionamento das células cerebrais produtoras de dopamina.

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    O método de entrega do gene foi meio invasivo. Eles perfuraram dois pequenos orifícios no crânio e injetaram o cérebro de quatro macacos com a infusão. Outros quatro animais também passaram pelo processo, mas receberam uma injeção “falsa”, como placebo.

    Nos 12 meses seguintes, os animais tratados optaram por beber 90% menos álcool do que os do grupo de comparação – o consumo de álcool deles era quase zero.

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    Depois dos testes, os animais foram sacrificados para que seus cérebros pudessem ser analisados. Os pesquisadores descobriram que havia níveis mais altos de GDNF e dopamina nas regiões-alvo do cérebro dos animais tratados, em comparação com os do outro grupo.

    No entanto, os pesquisadores ressaltam que ainda não é totalmente claro qual mecanismo faz a terapia funcionar – as células cerebrais podem produzir mais dopamina ou a dopamina pode ser sumir mais lentamente. Os níveis de outras substâncias químicas, como serotonina e noradrenalina, também aumentaram.

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    Por ser um processo irreversível e invasivo, se algum dia for aplicado em humanos, será como um tratamento de último recurso, reservado apenas para aqueles com severos problemas com alcoolismo. Contudo, os pesquisadores primeiro precisam comprovar que funciona antes de sair furando a cabeça de alguém.

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