Cientistas do Instituto Nacional do Olho, nos Estados Unidos, finalmente conseguiram multiplicar em laboratório os diversos tipos de células do olho humano. Agora, eles estimam que, até o final da década, os oftalmologistas entrarão na chamada era do transplante celular, ou seja, substituirão as células degenerada de um paciente por similares sadias. Faz sentido. Pois a maioria das doenças oftalmológicas não afeta o olha inteiro – cujo transplante ainda é impossível com as técnicas cirúrgicas disponíveis –, mas apenas determinadas espécies de célula, que formam uma das diferentes camadas ou lentes desse órgão. Na catarata, por exemplo, a vítima perde a visão gradualmente porque as células do cristalino, ao degenerarem, tornam-se cada vez mais opacas.
Com a ajuda de potentes microscópios eletrônicos, os pesquisadores pretendem selecionar células sadias da própria pessoa a ser operada, para produzi-las em lâminas umedecidas com uma mistura de hormônios e nutrientes. Mais tarde, essas células devem ser implantadas no paciente, evitando deste modo o risco de rejeição. Mas não apenas os cirurgiões comemoram a descoberta: pois, ao dispor de células de olho humano criadas em laboratório, os cientistas poderão descrever melhor o processo de muitas moléstias, além de testar medicamentos com mais eficiência.