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Uma única noite mal dormida aumenta proteínas associadas ao Alzheimer no corpo

Estudo mostrou que bastava dormir 5 horas em uma noite qualquer para o corpo começar a se desregular.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 13 abr 2018, 17h39 - Publicado em 10 abr 2018, 16h09

Quantas noites mal dormidas temos ao longo da vida? Não dá nem para calcular, mas o que pouca gente sabe é que esse hábito ruim pode ter consequências preocupantes no futuro: um novo estudo do Instituto Nacional da Saúde de Maryland descobriu que uma simples noite de sono inquieto pode aumentar a quantidade de proteínas ligadas ao Alzheimer.

Pessoas com Alzheimer possuem grandes quantidades de uma proteína chamada Beta-amilóide, acumulada em grande quantidade no cérebro. A ciência ainda não explica exatamente de que maneira ela influencia na doença, mas hipóteses as relacionam diretamente com a causa do mal. E a nova pesquisa revelou que uma noite mal dormida causa um efeito notório nos níveis de beta amiloide.

A descoberta foi feita através de um teste: cerca de 20 voluntários saudáveis foram avaliados durante duas noites de sono, a primeira com um período confortável de descanso e a segunda com bem menos tempo – cerca de 5 horas apenas. Usando marcadores radioativos, varreduras feitas após o experimento detectaram um aumento significativo de beta-amilóide no organismo de quem havia dormido mal, em duas regiões do encéfalo diretamente ligadas ao Alzheimer: o hipocampo, responsável pela memória, e o tálamo, associado a regulação do sono, consciência e transmissão de sinais para o cérebro.

Não é a primeira vez que sono ruim é associado ao Alzheimer. Pessoas que sofrem com essa doença geralmente possuem histórico de noites mal dormidas anos antes dos sintomas da doença surgirem. Um fator curioso é que o sono é reconhecidamente importante para eliminar resíduos do cérebro – o que pode explicar porque, no teste, as pessoas tinham mais beta-amilóide depois de dormirem menos.

Mas conclusões definitivas ainda não podem ser tiradas. É fato que a proteína aumentou – mas não está claro se o sono ruim é apenas um sintoma inconsequente ou se contribui, de fato, com a doença. Ainda não há motivo para desespero, mas, por via das dúvidas, é bom dormir mais cedo esta noite.

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