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Vacina da Pfizer se mostrou segura e eficaz em adolescentes entre 12 e 15 anos

O ensaio clínico contou com 2.260 voluntários, dos quais apenas 18, que haviam recebido o placebo, desenvolveram a Covid-19 de forma sintomática. Nenhum jovem vacinado adoeceu.

Por Carolina Fioratti
31 mar 2021, 15h41

Nesta quarta-feira (31), as empresas Pfizer e BioNTech anunciaram que sua vacina contra a Covid-19 é segura e 100% eficaz em adolescentes entre 12 e 15 anos. A notícia tem como base um estudo clínico que ainda não teve os dados revisados por especialistas. De toda forma, os laboratórios disseram que os jovens produziram anticorpos robustos e não tiveram efeitos colaterais graves.

As empresas planejam, em breve, enviar o estudo para revisão por pares e, consequentemente, publicá-lo em uma revista científica. Além disso, devem entrar com pedido à Food and Drug Administration (a Anvisa americana) para que a aplicação das vacinas nessa faixa etária seja liberada em regime emergencial. Caso a solicitação seja autorizada, os alunos do ensino fundamental e médio dos EUA poderão ser vacinados antes do início do próximo ano letivo. 

Participaram do ensaio clínico 2.260 voluntários, dos quais não foram divulgados quantos estavam no grupo placebo e quantos receberam a vacina. Uma das poucas informações é que, no grupo placebo, 18 pessoas tiveram a Covid-19 de forma sintomática. Os adolescentes vacinados receberam as duas doses do imunizante com intervalo de três semanas entre elas, como havia sido feito em ensaios clínicos anteriores. Nenhum desenvolveu a doença.

Os laboratórios também informaram que os jovens apresentaram uma resposta imunológica forte, produzindo anticorpos em níveis ainda mais altos do que havia sido observado em participantes entre 16 e 25 anos de um ensaio anterior. As empresas não especificaram quais efeitos colaterais foram apresentados pelos jovens, apenas que não foram graves e que se equiparam aos vistos anteriormente em outros ensaios (como dor no local da injeção, dores de cabeça, febre e fadiga).

Na última semana, a Pfizer e a BioNTech iniciaram um ensaio clínico em crianças mais novas, entre 5 e 11 anos. Nas próximas semanas, devem descer ainda mais a idade, testando a vacina em pequenos de 2 a 5 anos e depois naqueles que têm entre 6 meses e 2 anos. Os resultados são aguardados para o segundo semestre de 2021 e as empresas esperam poder oferecer a vacina para menores de 12 anos no início de 2022. 

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Outros laboratórios, como o da empresa Moderna, Oxford/AstraZeneca e Sinovac Biotech (CoronaVac), também estão testando seus imunizantes em crianças. Os ensaios da Moderna tiveram início em março deste ano e contam com a participação de mais de 6,7 mil crianças entre seis meses e 11 anos. A AstraZeneca começou os testes em crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos no último mês, totalizando 300 voluntários. A Sinovac realizou um ensaio clínico com 500 pessoas entre 3 e 17 anos e já disponibilizou dados preliminares indicando que o imunizante é seguro para essa faixa etária, mas o estudo ainda precisa ser revisado por especialistas.

A vacinação de crianças e adolescentes é essencial para que os países atinjam a chamada imunidade coletiva, quando há um grupo amplo de pessoas imunes e a transmissão do vírus é dificultada. Os cientistas estimam que, para isso, é necessário ter entre 60% e 70% da população com anticorpos, o que torna crucial a vacinação de crianças.

Até o momento, o Brasil está aplicando as vacinas de Oxford e a Coronavac. O imunizante da Pfizer/BioNTech recebeu autorização definitiva para uso em pessoas a partir de 16 anos no país, mas o governo federal ainda está negociando a entrega das doses por parte dos laboratórios. 

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