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Bocha e goalball: como funcionam os esportes exclusivos das Paralimpíadas

O Brasil tem campeões nas duas modalidades, que não fazem parte das Olimpíadas.

Por Bela Lobato
31 ago 2024, 19h00

Os Jogos Paralímpicos de Paris começaram nesta quarta-feira (28) e vão até o dia 8 de setembro. Mais de 4 mil atletas de todo o mundo competem por medalhas em 22 modalidades. A maioria delas consiste em esportes tradicionais adaptados para pessoas com deficiência, como o futebol de cegos e o tênis de cadeira de rodas.

Mas também existem esportes únicos das paralimpíadas, que não têm correspondentes olímpicos: a bocha e o goalball. A seguir, entenda as regras e conheça algumas curiosidades de casa modalidade.

Goalball

O goalball é a única modalidade criada especificamente para pessoas com deficiências visuais. O esporte é jogado em uma quadra com dimensões iguais à de vôlei, que tem marcações táteis no chão. De cada lado da quadra, há um gol com 9 metros de largura e 1,30 metros de altura – mais largo e mais baixo do que um de futebol. 

As partidas ocorrem em dois tempos de 12 minutos, com três minutos de intervalo. Cada equipe tem três pessoas e os atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores, e podem utilizar o corpo inteiro no jogo. 

Atletas paralímpicos de goalball.
(Comitê Paralímpico Brasileiro/Reprodução)

A equipe atacante tenta marcar ponto arremessando uma bola em direção ao gol defendido pelos adversários. Para que a jogada seja validada, a bola precisa quicar pelo menos uma vez na área obrigatória do defensor. 

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A bola tem 76 centímetros de diâmetro e pesa 1,25 quilos. Ela possui guizos internos que fazem barulho e permitem aos jogadores a localizarem. Para isso, o ginásio precisa ser completamente silencioso: só é permitido barulho no momento entre o gol e o reinício do jogo e nas paradas oficiais.

O atleta do centro é mais responsável pela defesa, enquanto os da ponta focam nos arremessos. Todos competem utilizando uma venda, para garantir as condições de igualdade entre diferentes níveis de perda visual

O goalball estreou nas Paralímpiadas de Toronto em 1976, mas somente para homens. A primeira edição feminina foi em Nova York, em 1984.

As competidoras femininas brasileiras ainda nunca estiveram no pódio, mas o goalball masculino brasileiro foi medalha de ouro no Japão em 2020, bronze no Rio em 2016 e prata em Londres em 2012. 

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Bocha

A bocha é praticada por atletas com alto grau de paralisia cerebral ou deficiências severas. O objetivo é lançar as bolas coloridas o mais perto possível da bola branca, que é chamada de jack ou de bolim.

Todos os competidores usam cadeiras de rodas, e a bola pode ser jogada com as mãos, os pés ou, em casos das classes com maior restrição de mobilidade, com hastes.

Nesse caso, os assistentes esportivos ficam de costas para a área de jogo e seguem as orientações dos atletas sobre o posicionamento das calhas, ajustam a altura, encaixam as bolinhas e deixam a jogada pronta para o atleta fazer o lançamento, às vezes usando varetas adaptadas às mãos, à boca e em alguns casos com hastes no capacete.

Atleta paralímpico de bocha.
(Comitê Paralímpico Brasileiro/Reprodução)
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Existe a versão tradicional do b0cha, mas ela não está nas Olimpíadas. A versão paralímpica da modalidade só passou a ser praticada na década de 1970 e estreou nos Jogos Paralímpicos em 1984. 

Antes disso, o esporte teve um antecessor nos Jogos: o lawn bowls, que era parecido com a bocha, mas jogado na grama. E foi  nesse jogo que o Brasil conquistou sua primeira medalha na história das Paralimpíadas: em 1976, Robson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” foram prata nos Jogos de Toronto, no Canadá.

Para os brasileiros, a bocha é a quarta modalidade com mais medalhas dos Jogos Paralímpicos, atrás apenas do atletismo, natação e judô. Temos 11 medalhas nessa modalidade – seis ouros, uma prata e quatro bronzes. Um atleta sozinho foi quem faturou cinco das onze medalhes: Dirceu Pinto foi o maior medalhista em todos os tempos na bocha, e faleceu em abril de 2020, aos 40 anos de idade.

Em Paris 2024, a seleção brasileira é a que tem o maior número de representantes na bocha: entre os 124 competidores, nove atletas e três assistentes são brasileiros. 

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As competições podem ser individuais ou em duplas, e não há separação de sexo. Os atletas da bocha paralímpica são divididos em quatro categorias, de acordo com a mobilidade de cada um:

  • BC1 – O atleta tem a opção de auxílio de ajudantes, que podem estabilizar ou ajustar a cadeira de rodas do jogador e entregar a bola, quando pedido.
  • BC2 – Os atletas têm mais mobilidade de tronco para lançar as bolinhas e não recebem assistência.
  • BC3  – É para atletas com deficiências muito severas. Usam hastes, calhas e instrumentos de auxílio. Podem ser ajudados por outra pessoa.
  • BC4 – Os atletas têm deficiências severas, mas não recebem assistência.
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