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Desmatamento no Brasil cai mais de 32% em 2024, com redução em todos biomas

Apesar do segundo ano consecutivo de queda, o problema ainda é grande: no ano passado, 7 árvores foram derrubadas por segundo na Amazônia

Por Bruno Carbinatto
15 Maio 2025, 10h00

O total de área desmatada no Brasil caiu 32,4% em 2024, de acordo com o Relatório Anual do Desmatamento da iniciativa MapBiomas. É o segundo ano consecutivo de queda: em 2023, a retração havia sido de mais de 11% em comparação com 2022.

Pela primeira vez desde que o dado começou a ser coletado pela iniciativa, em 2019, não houve aumento de desmatamento em nenhum bioma brasileiro. Pelo contrário: em todos houve queda no ritmo da perda de matas nativas, com exceção da Mata Atlântica, onde ficou estável. 

Apesar da melhora, o problema ainda está longe de acabar. Na Amazônia, por exemplo, sete árvores foram perdidas por segundo em 2024, mesmo com uma redução de 16,8% no total da área desmatada.

O MapBiomas é uma iniciativa liderada pelo Observatório do Clima e que reúne instituições como universidades, ONGs e empresas privadas para monitorar o uso da Terra no Brasil. 

Desde que a entidade começou a publicar seus relatórios anuais, em 2019, o nosso país já perdeu 9.880.551 hectares de mata nativa – o equivalente à área de toda a Coreia do Sul. 97% deste desmatamento nos últimos seis anos foi decorrente da pressão da agropecuária, enquanto o pouco restante está ligado ao garimpo, à expansão urbana ou a empreendimentos de energia renovável.

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O novo relatório também reafirma uma tendência iniciada em 2023: o Cerrado é, hoje, o bioma com maior área desmatada do Brasil, ultrapassando inclusive a Amazônia. Mais de 52,5% do total de desmate corresponde a perda de vegetação do Cerrado, enquanto a floresta tropical ocupa o segundo lugar, com 30,4% do total da devastação. O restante fica dividido entre os outros biomas brasileiros: Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa.

Hoje, a área mais pressionada pelo desmatamento é a que os pesquisadores chamam de “Matopiba” – o encontro entre os estados Maranhão, Tocantins, Piaui e Bahia. O quarteto todo figura no Top 5 de estados com mais devastação, o que explica por que o Cerrado figura como bioma mais destruído – o quinto estado é o Pará, que contribui para o desmate da Amazônia. Esse quinteto, diga-se, é responsável por 65% da perda de matas no país.

Em 2024, a região do Matopiba concentrou 75% do desmatamento do Cerrado e cerca de 42% de toda a perda de vegetação nativa no país. Isso, no entanto, representa uma queda de 40% em relação a 2023.

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A maioria dos estados amazônicos apresentou queda na área desmatada, com exceção do Acre, que registrou aumento de 30%.

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A maior redução proporcional na destruição de matas aconteceu no Pantanal, com queda de 58% em relação a 2023. 

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De todos os biomas, o único que não registrou queda no desmatamento foi a Mata Atlântica – que, vale lembrar, é o bioma brasileiro cuja maior parte de vegetação já foi perdida ao longo da história.

Dois fatores entram na jogada aqui: em 2023, a região já tinha apresentado uma redução acentuada, de quase 60%, no desmatamento. Além disso, houve o impacto do evento climático extremo que atingiu o Rio Grande do Sul em maio do ano passado e causou perda de florestas da Mata Atlântica (que se concentram no norte gaúcho). Não fosse essa tragédia, o bioma teria registrado uma redução de pelo menos 20% na área afetada em relação ao ano anterior.

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