Donos de carros mais caros têm menos paciência com pedestres
Cada US$ 1.000 de aumento no preço do possante torna a chance de o motorista dar a vez a um transeunte 3% menor. Foi o que mostrou um estudo americano.
Aí vai uma dica para você, pedestre: evite atravessar a rua fora da faixa. Isso vale para qualquer ocasião – mas principalmente naquela em que o carro que vem ao seu encontro é uma picape importada ou um SUV de alto padrão.
É para essa conclusão que aponta um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Nevada, nos Estados Unidos. Segundo a pesquisa, publicada na revista científica Journal of Transport and Health, veículos luxuosos têm menos chance de frear e esperar que um transeunte atravesse.
Em média, apenas 28% dos motoristas paravam para esperar os pedestres. Mas o mais interessante é que essa probabilidade depende do quão sofisticado é o possante. Cada US$ 1000 de aumento no preço do carro tornava a chance de o motorista dar a vez ao pedestre 3% menor.
Como você, leitor da SUPER, já leu nesta matéria sobre a Máquina Moral, um experimento sobre ética no trânsito criado por pesquisadores do MIT, a empatia das pessoas frente ao volante depende de uma série de fatores – sociais e econômicos. E isso apareceu também no novo estudo.
Veículos paravam mais para homens e mulheres brancos (em 31% das vezes). Para homens negros, essa taxa caía para 24% – e era de 25% para mulheres negras. Os cientistas obtiveram esses resultados colocando voluntários para atravessar ruas de Las Vegas repetidas vezes, enquanto analisavam a resposta de 461 motoristas.
De acordo com os pesquisadores do estudo, uma possível explicação para esse fenômeno é que usuários de carrões “tenham um senso de superioridade sobre os passantes”. Ou seja: acham que tem mais direito porque estão (bem) motorizados.
Mas, antes que você comece a colocar qualquer motorista de BMW na caixinha de “babaca”, os pesquisadores colocam um adendo. É possível que quem guia um carro mais caro tenha mais confiança de que sua máquina vai ser capaz de avisá-lo no caso de uma possível colisão – graças a sensores e sistemas anti-acidentes. Isso poderia torná-los menos empáticos com quem anda a pé.