Imigrantes não aumentam a violência, comprova estudo de 40 anos
A pesquisa, que analisou 200 cidades americanas, aponta que um muro não vai resolver a criminalidade dos EUA
Um dos pontos que mais chamaram atenção durante a campanha de Donald Trump à presidência dos EUA foi a relação do americano com a imigração. Além da famosa promessa de construir um muro para separar os vizinhos mexicanos, o novo presidente afirmou que vai divulgar uma lista semanal com todos os imigrantes que cometeram crime naquele período. Mas a matemática não concorda com ele. Quem está dizendo isso são os pesquisadores da universidade nova-iorquina de Buffalo, que acabaram de compilar 40 anos de dados e cravaram: a imigração, definitivamente, não aumenta a criminalidade.
O estudo analisou dados federais de 200 cidades americanas entre os anos de 1970 e 2010. Os pesquisadores compararam o número de crimes como assassinato, roubo e arrombamento com os índices de imigração nas mesmas regiões. Os dados simplesmente não se relacionavam. Locais com altos índices de imigração não necessariamente eram palco de um grande número de infrações. “Não encontramos nenhum indício de que a imigração aumentou os ataques”, afirmou à SUPER Robert Adelman, sociólogo da Universidade e responsável pelo estudo. “Isso questiona à velha suposição que relaciona imigrantes à crimes”, completa.
Os pesquisadores também afirmaram que, em algumas localidades, o crime chegou a diminuir com a vinda de imigrantes. De acordo com os pesquisadores, os números apontam que imigrantes tem menos chances de cometer crimes do que nativos da região.
Isso não quer dizer que quem vem de fora de um país está imune a cometer crimes, mas aponta que a causa das infrações é muito mais complexa do que simplesmente culpar os vizinhos. De acordo com os pesquisadores, ainda é necessário que mais estudos sejam feitos, para entender melhor a situação dos imigrantes mundo afora; mas que demonizar parte da população é uma saída desonesta- e estatisticamente fracassada.