Instituto americano anuncia descoberta de nova raça de cachorro
Conheça o Lancashire heeler, um pequeno cão de pastoreio britânico – e entenda como funciona o registro de raças caninas pelo mundo.
É com essa cara de quem provavelmente vai comer o seu chinelo que o Lancashire heeler foi reconhecido como uma nova raça de cachorro na última quarta-feira (3) pelo American Kennel Club (AKC), organização dos EUA que faz o registro genealógico de cães.
O Lancashire é originário do Reino Unido (o nome vem de um condado no noroeste da Inglaterra). Ele foi criado como um animal de pastoreio, ajudando a conduzir gado e outros trabalhos em fazendas. É de pequeno porte (tem uns 30 cm) e pode pesar até 8kg. Possuem corpos um pouco alongados (como o Dachshund, o famoso salsichinha), com o pelo curto e na cor castanha ou preta.
Segundo a descrição chamada de “Padrão da raça”, eles são conhecidos por serem “corajosos e afetuosos com os donos”. E apesar do tamanho, são capazes de diversas atividades, como salto, corrida, etc. A inclusão na lista da AKC permite que o Lancashire possa participar de competições e exposições de cães pelos EUA.
Apesar de sua origem britânica, o Lancashire se tornou uma raça nativa vulnerável no país. Segundo o Kennel Club britânico, o registro de animais da raça gira em torno de somente 121 exemplares por ano, em média. Há 5 mil Lancashires em todo o mundo.
Como funciona o registro de raças de cães?
O reconhecimento de novas raças é feito pelas organizações existentes em cada país – por conta disso, o número de raças registradas varia de lugar para lugar.
Cada organização define suas próprias regras e exigências para o reconhecimento de novas raças, de forma que o que pode ser uma raça para uma, não necessariamente é para outra.
Esses padrões buscam estabelecer quais os critérios que fazem uma raça ser pura, com padrões definidos para tamanho, cor, peso, temperamento, entre outras características.
Para a AKC, o reconhecimento de uma nova raça depende do número de animais com pedigree distribuídos dentro do território americano. Para que uma raça de cão seja oficialmente registrada, é preciso ter mais de 300 cachorrinhos do tipo espalhados por pelo menos 20 estados do país.
Com o Lancashire, o AKC reconhece agora 201 raças de cachorro, enquanto que a Federação Cinológica Internacional (FCI), reconhece mais de 300. A Confederação Brasileira de Cinofilia é membro do FCI, e as raças registradas por ela também valem para cá.
“Cinofilia” significa “amor por cães”, e também é um termo relacionado ao estudo e desenvolvimento de raças de doguinhos. Mas, afinal, como elas surgem?
Novas raças podem surgir de forma espontânea, na natureza, ou por meio de cruzamentos artificiais, mediados por humanos. Com os cachorros, o mais comum é essa segunda via. Junta-se animais parentes e com características semelhantes – e o objetivo é gerar um indivíduo que passe as características genéticas desejadas para frente.
No passado, esses cruzamentos artificiais eram feitos para criar animais adaptados para determinadas tarefas, como cães de guarda e cães de pastoreio. Hoje, isso é visto com preocupação em todo o mundo. Para ativistas dos direitos dos animais, a criação de novas raças de cães fomenta criadouros irregulares, além de acarretar problemas de saúde para os animais.
A busca por “raças puras” também pode reduzir a possibilidade de adoção de animais SRD (Sem Raça Definida) – os vira-latas. Coitado dos cachorrinhos caramelos espalhados pelo Brasil.