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Instituto americano anuncia descoberta de nova raça de cachorro

Conheça o Lancashire heeler, um pequeno cão de pastoreio britânico – e entenda como funciona o registro de raças caninas pelo mundo.

Por Caio César Pereira
4 jan 2024, 19h31

É com essa cara de quem provavelmente vai comer o seu chinelo que o Lancashire heeler foi reconhecido como uma nova raça de cachorro na última quarta-feira (3) pelo American Kennel Club (AKC), organização dos EUA que faz o registro genealógico de cães.

O Lancashire é originário do Reino Unido (o nome vem de um condado no noroeste da Inglaterra). Ele foi criado como um animal de pastoreio, ajudando a conduzir gado e outros trabalhos em fazendas. É de pequeno porte (tem uns 30 cm) e pode pesar até 8kg. Possuem corpos um pouco alongados (como o Dachshund, o famoso salsichinha), com o pelo curto e na cor castanha ou preta.

Segundo a descrição chamada de “Padrão da raça”, eles são conhecidos por serem “corajosos e afetuosos com os donos”. E apesar do tamanho, são capazes de diversas atividades, como salto, corrida, etc. A inclusão na lista da AKC permite que o Lancashire possa participar de competições e exposições de cães pelos EUA.

Apesar de sua origem britânica, o Lancashire se tornou uma raça nativa vulnerável no país. Segundo o Kennel Club britânico, o registro de animais da raça gira em torno de somente 121 exemplares por ano, em média. Há 5 mil Lancashires em todo o mundo.

Como funciona o registro de raças de cães?

O reconhecimento de novas raças é feito pelas organizações existentes em cada país – por conta disso, o número de raças registradas varia de lugar para lugar.

Cada organização define suas próprias regras e exigências para o reconhecimento de novas raças, de forma que o que pode ser uma raça para uma, não necessariamente é para outra.

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Esses padrões buscam estabelecer quais os critérios que fazem uma raça ser pura, com padrões definidos para tamanho, cor, peso, temperamento, entre outras características.

Para a AKC, o reconhecimento de uma nova raça depende do número de animais com pedigree distribuídos dentro do território americano. Para que uma raça de cão seja oficialmente registrada, é preciso ter mais de 300 cachorrinhos do tipo espalhados por pelo menos 20 estados do país. 

Com o Lancashire, o AKC reconhece agora 201 raças de cachorro, enquanto que a Federação Cinológica Internacional (FCI), reconhece mais de 300. A Confederação Brasileira de Cinofilia é membro do FCI, e as raças registradas por ela também valem para cá.

“Cinofilia” significa “amor por cães”, e também é um termo relacionado ao estudo e desenvolvimento de raças de doguinhos. Mas, afinal, como elas surgem?

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Novas raças podem surgir de forma espontânea, na natureza, ou por meio de cruzamentos artificiais, mediados por humanos. Com os cachorros, o mais comum é essa segunda via. Junta-se animais parentes e com características semelhantes – e o objetivo é gerar um indivíduo que passe as características genéticas desejadas para frente.

No passado, esses cruzamentos artificiais eram feitos para criar animais adaptados para determinadas tarefas, como cães de guarda e cães de pastoreio. Hoje, isso é visto com preocupação em todo o mundo. Para ativistas dos direitos dos animais, a criação de novas raças de cães fomenta criadouros irregulares, além de acarretar problemas de saúde para os animais.

A busca por “raças puras” também pode reduzir a possibilidade de adoção de animais SRD (Sem Raça Definida) – os vira-latas. Coitado dos cachorrinhos caramelos espalhados pelo Brasil.

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