O incrível poder das imagens históricas coloridas
Observar o passado a cores pode mexer profundamente com a nossa visão sobre a história. Quer experimentar por você mesmo?
A última semana foi marcada por uma longa discussão sobre imagens históricas, e como elas mexem com nosso imaginário. Tudo graças ao autor mais importantes da literatura brasileira: Machado de Assis.
O fato histórico e indiscutível é que Machado de Assis era negro. Mas não é assim que muita gente se lembra dele – e por um motivo bastante óbvio: seu retrato mais famoso, e que aparece nas contracapas da maioria dos seus livros está longe de deixar isso claro.
Esse foi o gancho da campanha Machado de Assis Real, que viralizou durante a semana. O projeto coloriu a imagem clássica do autor, reconstituindo seus traços e tom de pele originais. A premissa do projeto? Espalhar essa nova foto, colorida, por aí. No site, inclusive, fica disponível a foto em alta resolução, para que as pessoas imprimam e colem a nova versão por cima do retrato em preto e branco onde quer que ele esteja – inclusive nas contracapas dos livros de história e literatura.
Corrigir a maior referência imagética do maior escritor brasileiro (e um dos 100 mais influentes do mundo) tem uma importância óbvia em um país com uma desigualdade racial tão profunda quanto a nossa. E pode acrescentar a isso outra questão importante: a forma como enxergamos o passado tem um impacto direto sobre o que somos capazes de imaginar para o futuro.
Talvez seja exatamente por isso que pintar imagens históricas sob uma nova ótica afete tão profundamente a cabeça das pessoas. Não são só fotos alteradas – são novas visões sobre cada um dos episódios retratados nas imagens. Coloridos, eles se tornam imediatamente mais próximos do espectador. Ganham detalhes e nuances antes invisíveis. É o passado em cores vivas e alta resolução.
Quer experimentar por você mesmo? Abaixo, estão 25 imagens históricas, em preto e branco. É só clicar nelas para revelar como ficam coloridas.
As fotografias são parte do projeto de colorização e restauração de fotos históricas realizadas pela artista Marina Amaral, de quem já falamos na SUPER. O processo envolve não só pintar foto por foto, mas também encontrar referências em livros, jornais da época e documentos históricos para que suas reconstituições sejam o mais fiéis possível ao período em que foram originalmente tiradas.