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Percepção de quando começa a velhice aumentou ao longo do tempo

Pesquisa com 14 mil participantes mostra que para quem nasceu no início do século 20, a velhice começava pelo menos cinco anos mais cedo do que se considera hoje. Entenda.

Por Caio César Pereira
23 abr 2024, 18h46

A partir de qual idade você considera que a velhice começa? 60 anos? 70? Um estudo publicado no jornal científico Psychology and Aging analisou como essa percepção mudou ao longo das décadas. E os resultados sugerem que o sarrafo para alguém ser chamado de velho aumentou.

Os cientistas analisaram os dados de uma pesquisa sobre envelhecimento na Alemanha, que continha a seguinte questão: “com que idade você descreveria alguém como velho?”. A pesquisa foi feita com 14.056 participantes por 25 anos. (1996-2021).

O longo intervalo da pesquisa tem um motivo: os entrevistados tinham que ter 65 anos no momento da pergunta. Essa foi a idade-base escolhida pelos cientistas para que se pudesse comparar as respostas de cada geração.

Para os nascidos em 1931, o início percebido da velhice é aos 74 anos. Já para quem nasceu em 1944, a velhice começa aos 75. 

Os pesquisadores usaram o banco de respostas como base para tentar estimar as respostas de quem teria nascido em 1911. Segundo o modelo de regressão que eles desenvolveram, nascidos nos anos 1910 responderiam que a velhice começa aos 71.

Por que a percepção de velhice mudou? São vários os motivos. “A expectativa de vida aumentou, o que pode contribuir para um início percebido da velhice mais tardio”, disse em comunicado à imprensa Markus Wettstein, pesquisador da Universidade Humboldt de Berlim, e coautor do estudo. “Além disso, alguns aspectos da saúde melhoraram ao longo do tempo, de modo que pessoas de uma certa idade que eram consideradas idosas no passado podem não ser mais consideradas idosas nos dias de hoje.” 

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Os resultados também apontam que o gênero e a forma de vida dos indivíduos influenciavam na percepção de quando começava a velhice. Por exemplo, as mulheres, em média, diziam que ela começava dois anos depois em comparação com a resposta dos homens. 

Já pessoas que relataram se sentir mais solitárias e com uma saúde mais debilitada disseram que a velhice começava mais cedo do que aqueles que relataram o oposto (menos solitários e mais saudáveis).

 

 

Adiar a percepção de velhice não é uma coisa necessariamente positiva. Os autores da pesquisa também trabalham com a hipótese de que, conforme as pessoas envelhecem, elas aumentam o sarrafo da terceira idade justamente porque não querem esse rótulo para si. Algo na linha “isso aí não é comigo”.

“Não está claro em que medida a adiar a velhice reflete uma tendência em direção a visões mais positivas sobre idosos e envelhecimento, ou pelo contrário – talvez o início da velhice seja adiado porque as pessoas consideram ser velho um estado indesejável,” disse Wettstein.

Em entrevista ao The Guardian, Caroline Abrahams, diretora do centro de caridade Age UK, no Reino Unido, aponta que isso pode estar relacionado ao fato de que ser considerado “velho” é ainda algo visto como negativo nas sociedades ocidentais, o que impede ainda muitas pessoas de realizarem atividades ou outras aspirações nessa fase da vida.

“A verdade é que a idade cronológica raramente é um bom indicador para qualquer coisa e quanto mais cedo percebemos isso em nossa sociedade, melhor”, disse Abrahams.

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