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Refúgio de lua de mel de Che Guevara em Cuba virou pico de kitesurfe

Tarará já funcionou como um spa socialista e encantou o jovem casal Guevara. Hoje em dia, praticantes de kitesurfe e stand up paddle dominam o lugar

Por Felipe van Deursen Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 12 mar 2024, 10h16 - Publicado em 18 set 2018, 17h25
Praia de Tarara, em Cuba
(mrclausen/iStock)

Tarará, um distrito praiano ao leste de Havana, virou abrigo de Che Guevara logo após a Revolução Cubana, em 1959. Ele sofria de uma crise de asma, então o ar puro marítimo, aliado às águas cristalinas e à areia branquinha, faria bem aos pulmões sofredores (e à mente) do líder revolucionário. Che e sua esposa, Aleida March, viveram ali dois meses apenas. Mas foi o suficiente para o casal se encantar com o lugar e voltar depois para uma breve lua de mel. Em suas memórias, March citou a praia como um lugar de boas lembranças.

O vilarejo foi construído nos anos 1940 como balneário para a elite cubana dos tempos da ditadura de Fulgencio Batista. Mas os ricaços perderam a vez quando Fidel Castro tomou o poder, e as casas passaram às mãos do Estado.

Assim como todo o resto do país, a realidade de Tarará mudou bruscamente quando a ilha passou de uma ditadura a outra. As cerca de 500 residências serviram como morada para emissários soviéticos que trabalhavam em Cuba. Com o fim da Guerra Fria, elas abrigaram pessoas das antigas repúblicas soviéticas ou de países parceiros.

Vítimas do desastre de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, buscaram tratamento no ensolarado vilarejo. O hospital pediátrico recebeu crianças da Rússia, da Ucrânia e de Belarus. Venezuelanos trataram catarata durante o programa em que Cuba comprava petróleo da Venezuela em troca de trabalhos médicos.

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Praia de Tarara, em Cuba
(Miguel Discart/Flickr (CC by 2.0))

Nos anos 2010, com a lenta abertura do país, Tarará começou a demonstrar talento para o esporte. Praticantes de kitesurfe de diversos pontos do mundo desembarcaram na cidade. Outros esportes aquáticos, como stand up paddle e wakeboard, também passaram a pipocar em suas águas. A posição de Tarará é privilegiada, com ventos propícios e praias vazias durante a temporada de furacões, o que afugenta a maior parte dos turistas, evidentemente.

Os empreendedores de Tarará alegam que só a burocracia cubana impede a cidade de se tornar um polo mais conhecido para a prática de esportes aquáticos.

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Este vídeo mostra o potencial do lugar:

Pelo visto, radical na praia hoje, só se for esporte.

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