Reino Unido e outros três países também pedem a seus cidadãos que deixem a Ucrânia
EUA já tinham feito isso na quinta. Nações repercutem declaração da Casa Branca, segundo o qual a Ucrânia pode ser invadida pela Rússia nos próximos dias. Moscou diz que não pretende atacar - mas não quer que o país vizinho entre na Otan. Entenda o caso.
Nesta sexta (11), o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido aconselhou os cidadãos britânicos que vivem na Ucrânia a deixarem o país. O motivo é a possibilidade de invasão da Rússia, que nas últimas semanas deslocou 130 mil soldados para perto da fronteira com a Ucrânia.
O pedido foi incisivo: para o Reino Unido, a evacuação deve ser feita o mais rápido possível, “enquanto ainda há meios comerciais [trens, aviões] para fazer isso”. Os Estados Unidos acreditam que a Rússia está prestes a invadir a Ucrânia. A Casa Branca declarou: “Temos a informação de que Putin invadirá a Ucrânia antes do fim das Olimpíadas de Inverno”. O evento acaba dia 20/02.
Os EUA já tinham pedido, na última quinta (10), que seus cidadãos deixassem o país. Na sexta (11), Holanda, Coreia do Sul e Japão, além do Reino Unido, fizeram o mesmo. Já Israel iniciou um plano de evacuação de diplomatas e demais funcionários (além de seus respectivos familiares) da embaixada no país. O governo israelense recomenda ainda que pessoas com viagem marcada para lá reconsiderem a decisão.
O cerne da tensão geopolítica está na preocupação do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de que a Ucrânia se junte à Otan, aliança militar formada pelos EUA e por países europeus após a Segunda Guerra Mundial, e que hoje serve justamente para fazer um contraponto à forca militar da Rússia e da China. 64% dos ucranianos se dizem favoráveis à adesão à Otan (e 58% gostariam que o país entrasse na União Europeia). Ou seja: Putin tem um problema.
Na quinta (10), Rússia e Bielorrússia (que faz fronteira ao norte com a Ucrânia) iniciaram exercícios militares conjuntos. Até o momento, há em território bielorrusso cerca de 30 mil militares, além de aviões-caça e dois batalhões de sistemas de mísseis terra-ar. O movimento acentuou a preocupação global de uma possível invasão. A Rússia tem movimentado tropas na região da fronteira da Ucrânia, mas nega que pretenda invadi-la.
Ex-república soviética, a Ucrânia vive sob tensão desde 2014, quando a Rússia anexou a península da Crimeia, ao sul do país. De lá para cá, os militares ucranianos vivem em uma guerra contra rebeldes separatistas (e que recebem apoio russo). Mais de 13 mil pessoas já morreram desde então.