Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Uma hora de call com vídeo no Zoom polui o mesmo que 2 km de carro

Com a covid, o uso de internet cresceu 20%. E a pegada ecológica das vídeochamadas e o do streaming entrou em um patamar relevante para os ambientalistas.

Por Carolina Fioratti
23 jan 2021, 08h42

Se você já não gostava de ligar a câmera durante reuniões, fique sabendo que agora você tem uma desculpa para isso.

Um grupo de cientistas de universidades americanas e britânicas realizou uma análise inédita dos impactos do uso da internet para o meio ambiente, investigando como as chamadas de vídeo e os serviços de streaming podem contribuir com a pegada ecológica dos usuários. O estudo foi publicado no periódico científico Resources, Conservation & Recycling.

A pandemia de Covid-19 pode até ter causado uma queda recorde nas emissões de gás carbônico em 2020, mas também resultou em um uso recorde da rede, já que muitas pessoas passaram a trabalhar e consumir entretenimento em suas próprias casas. Isso fez com que o uso de energia elétrica também aumentasse. E nos países que não tem uma matriz energética muito limpa, isso é um problema. 

Pegada de carbono é um termo utilizado por ambientalistas para se referir à quantidade de CO2 emitida por uma pessoa ou uma empresa em suas atividades. 

Uma hora de chamada de vídeo ou de streaming podem emitir, respectivamente, 440 g e 160 g de CO2. Para fins de comparação, um carro de passeio libera 192 g para percorrer 1 km.  

Também existem as pegadas hídricas e terrestres. Elas indicam, respectivamente, o tanto de água ou o espaço de terra requeridos para uma atividade. 

Continua após a publicidade

Essas pegadas são maiores do que imaginamos. A produção de uma tonelada de carne vermelha exige 15,4 milhões litros de água. A pegada territorial, por sua vez, se manifesta nas imensas áreas de mata nativa que deram lugar a plantações ou reservatórios de usinas hidrelétricas.

No caso da internet, você pode botar na ponta da lápis a água utilizada para resfriar os data centers da Google ou da Netflix, a energia elétrica de matriz não renovável que pode estar sendo usada para abastecê-los etc.

Alguns gestos simples podem reduzir esse impacto. Os pesquisadores da Universidade Purdue, Universidade Yale e do Massachusetts Institute of Technology mostraram no estudo que deixar a câmera desligada durante videoconferências pode reduzir estas pegadas em 96%.

Para os serviços de streaming, o ideal seria mudar a qualidade do vídeo de alta definição para definição padrão, o que pode diminuir os problemas em 86%. 

Antes dos bloqueios decretados devido a pandemia de Covid-19, a internet já contribuía com cerca de 3,7% das emissões globais de gases do efeito estufa. Os pesquisadores relataram no estudo um aumento de 20% no tráfego da internet em diversos países desde março de 2020.

Eles explicam que, se essa for uma tendência até o final de 2021, seria necessário uma floresta pouco maior que a Síria (185 mil km²) para absorver de volta todo o carbono emitido. A pesquisa é baseada em dados do Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Irã, Japão, México, Paquistão, Rússia, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.

As pegadas de carbono, água e terra não são proporcionais em todos os países. O uso de internet nos EUA, por exemplo, tem uma pegada de carbono 9% maior do que a média mundial, enquanto suas pegadas hídricas e terrestres são 45% e 58% menores, respectivamente.

A Alemanha, líder mundial em energia renovável, possui uma pegada de carbono muito menor do que a média mundial, mas, em compensação, tem uma pegada terrestre 204% maior. O Brasil, por sua vez, apresenta uma pegada hídrica 218% vezes maior que a média. 

A equipe também analisou as pegadas ecológicas relacionadas ao YouTube, Facebook, WhatsApp e TikTok. Mas os maiores impactos vêm mesmo do uso de Netflix e Zoom. Lembre desses dados em sua próxima call

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.