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A mais humana das máquinas

Você jogaria uma partida de vôlei com um robô? Pois prepare-se: os homens de lata vieram para ficar. Conheça-os: você provavelmente vai conviver com alguns deles.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h33 - Publicado em 31 out 1997, 22h00

Gabriela Aguerre

Se você tem medo de que apareça um robô para tomar o seu emprego, más notícias. O futuro estará cheio dessas máquinas quase inteligentes. A população mundial de robôs vem dobrando a cada ano. Hoje eles somam 650 000. No ano 2000, serão 5,2 milhões. A maioria dá expediente nas fábricas. Logo estarão em toda parte.

A boa notícia é que eles não se parecerão em nada com as criaturas malignas da ficção científica. Os robôs são inofensivos. Existem para executar as tarefas que o homem não pode ou não quer realizar.

Muitas coisas eles fazem bem melhor que nós. Já existem robôs-bombeiros, robôs-mergulhadores, robôs-cirurgiões. Alguns são capazes até de aprender sozinhos. Mesmo assim, fique tranqüilo. Máquinas com emoções ou vontade própria ainda estão fora do horizonte. Um robô pode até derrotar você numa partida de xadrez. Mas não vai roubar o namorado ou a namorada de ninguém. Ao menos por enquanto.

Cog, o melhor aluno da classe

O Cog não é só um robô. É a criatura mais parecida com o homem já inventada até agora. Ao contrário de seus semelhan-tes, ele tem a capacidade de aprender sozinho. Daí o nome, que vem da palavra “cognição”, o processo do conhecimento. Em 2005, o Cog completará 10 anos. Seus “pais”, pesquisadores do Laboratório de Inteligência Artificial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), esperam que até lá ele tenha a mesma capacidade mental de um bebê de 6 meses. O Cog está programado para executar tarefas simples, como mover as mãos e virar o corpo. Como ele faz para aprender? O mesmo que nós: avança por tentativa e erro. Cada vez que um de seus movimentos deixa de dar o resultado esperado, seus sensores mandam um sinal ao computador central, que apaga as conexões elétricas responsáveis pelo erro.

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Os cientistas do MIT estão permanentemente acrescentando novos componentes ao Cog. Um retoque aqui, uma novidade ali – o Cog progride, só que seu processo de aprendizagem é muito lento. Se, ao completar 10 anos, ele se assemelhar a um bebê de seis meses, será o primeiro robô que aprendeu a esboçar sons sem ter sido programado para isso.

Os mandamentos do robô

O termo robot nasceu da palavra tcheca robotnik (operário). Ele apareceu pela primeira vez em 1921, no livro RUR – Robôs Universais de Rossum, do escritor Karel Capek (1890-1938). Embora Capek seja o responsável pela criação do conceito, o “pai” da robótica é o também escritor Isaac Asimov (1920-1992), que formulou as seguintes leis, em 1941:

1. Um robô não pode agredir um ser humano nem permanecer passivo, deixando esse ser humano exposto ao perigo.

2. Um robô deve obedecer às ordens enunciadas pelos seres humanos, salvo se tais ordens estiverem em contradição com a primeira lei.

3. Um robô deve proteger sua existência na medida em que essa proteção não estiver em contradição com a primeira ou a segunda leis.

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4. Um robô não pode causar mal à humanidade nem permitir que ela própria o faça. (*)

* Esta lei foi acrescentada por Asimov em 1984

Serenata para um inseto eletrônico

Junte peças de Lego a duas rodas, dois microfones e um componente eletrônico ligando isso tudo. Acrescente à invenção um conjunto de instruções computadorizadas que reproduz funções do aparelho auditivo e do sistema nervoso de um grilo. Você terá criado um robô-grilo – uma cópia menos sofisticada do inseto. Foi exatamente isso que fez o cientista dinamarquês Henrik Lund, da Universidade de Edimburgo, na Escócia. É ele o inventor dessa criatura de 30 centímetros de altura. Um robô com cara de brinquedo mas que, espantosamente, se comporta como um grilo de verdade. O robô-grilo funde conhecimentos da Biologia, da Robótica e da Inteligência Artificial para demonstrar que máquinas são capazes de interagir com o meio ambiente. Veja o que essa geringonça faz: quando “escuta” a gravação de um ruído, ela se dirige à fonte do som. Até aí, nada de surpreendente. O extraordinário é que o robozinho, ao ser colocado a meia distância de duas fontes de ruídos iguais, movimenta-se em direção a uma delas, sem ter sido programado para escolher. Esse comportamento, ainda indecifrável para a Biologia, é semelhante ao dos grilos reais.

Formiguinha de metal

A formiga foi a inspiração para o microrrobô que você vê aí ao lado. Assim como o inseto, essa pequena máquina é capaz de calcular a distância dos objetos que estão à sua frente e a direção em que se movem. Ela movimenta-se ordenadamente, imitando o que vê. Com apenas 3 centímetros de comprimento, o robô-formiga demonstrou também ter capacidade de aprendizado. Em experiências realizadas no MIT, ele aprendeu que deveria chamar outros robôs para conseguir juntar certa quantidade daquilo que estão programados para considerar como comida.

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Robôs para todos os gostos

Veja nestas duas páginas uma amostra dos robôs inventados até agora e a finalidade de cada um deles. Sua missão é cumprir tarefas chatas, difíceis ou até impossíveis para o homem. Como você vê, não se parecem em nada com você. A maioria deles foi construída em quantidades pequenas, como experimentos. Mas certamente não vai demorar muito para você topar com uma dessas criaturas por aí.

Mãos-de-pinça

O auxiliar de cirurgias nos olhos é capaz de fazer movimentos de precisão submilimétrica e obtém resultados melhores que médicos que operam com as mãos.

Competição desleal

Firme às rédeas do cavalo, o robô-jóquei promete ganhar a corrida. A vantagem dele sobre os humanos é o peso, muitas vezes menor do que o do mais franzino dos competidores de carne e osso.

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Espelho, espelho meu

Equipada com uma câmera, ela é capaz de identificar emoções humanas como raiva ou medo pela expressão do rosto – e de reproduzi-las com um repertório de 26 movimentos faciais.

Carro esperto

Este robô-trator tem câmeras que captam imagens em 3D. Adão, como foi batizado, tem seis rodas e um computador que faz com que decida sozinho por onde andar e o que fazer.

Virtuose eletrônico

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O robô-tecladista da Universidade de Waseda, no Japão, é feito de metal e circuitos eletrônicos. Com uma câmera na cabeça, lê a partitura e toca o que está escrito.

Arte oriental

A mão mecânica escreve a palavra “futuro” em japonês. Ela consegue desenhar com perfeição os complexos e delicados ideogramas.

Faxina geral

K-1 e Maneuver não reclamam do trabalho nem do salário. São protótipos de robôs para o serviço doméstico. Limpam janelas e banheiros e sabem até arrumar a cama.

Até debaixo d’água

Estas são duas amostras de Bob, o robô-submarino. A invenção tem a forma aproximada de um patinete e leva o mergulhador num passeio pelo fundo do mar.

Lombriga mecânica

Com 3 metros de pastilhas infláveis que se movem na horizontal e na vertical, sob qualquer superfície, a “lombriga” chega a lugares de acesso impossível para o homem.

À prova de gás

Esta engenhoca de múltiplas patas foi feita por uma companhia japonesa para vistoriar tanques de gás e identificar vazamentos.

Salva-vidas

O Robug III sabe andar e até escalar terrenos acidentados. Esta aranha mecânica foi desenvolvida para resgatar pessoas em situações de perigo.

Alta tensão

O robô-eletricista tem uma cabine com braços articulados e manoplas capazes de agarrar cabos sem oferecer nenhum risco para quem comanda a operação.

Oi, tudo bem?

A mão robótica, comandada por um computador, faz movimentos muito parecidos com os da mão humana. Seus cinco dedos podem segurar objetos com delicadeza.

Brutamontes

O Mike Tyson de metal mede 1,80 metro e pesa 95 quilos. Desvia de obstáculos, sobe escadas e anda de lado. Foi projetado para operar máquinas na indústria automobilística.

Fogo!

Ao primeiro sinal de perigo, esse robô se comporta como um bombeiro: tenta localizar, por meio de um sensor, objetos ou vítimas em meio à fumaça e às chamas.

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