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A origem da Tesla – e o caminho até a gestão Elon Musk

Musk não fundou a empresa de automóveis. Entenda essa história e como o bilionário foi parar no topo da Tesla.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 22 abr 2024, 11h27 - Publicado em 11 abr 2024, 15h08

A Tesla Motors foi fundada por Martin Eberhard e Marc Tarpenning em San Carlos, Califórnia, EUA. A companhia começou em 2003, com o objetivo de ser não só uma montadora de carros, mas também uma empresa de tecnologia centrada em itens cruciais como baterias, softwares de computador e motores. Seu plano era simples: projetar e produzir em massa um veículo 100% elétrico que pudesse conciliar quilometragem e conforto.

A dupla de engenheiros se inspirou em algumas tentativas anteriores de carros movidos a energia elétrica que não deram certo – ou eram apenas protótipos experimentais, sem pretensão de serem vendidos ao público.

Elon Musk começa a participar dessa história só no ano seguinte. Em 2004, o bilionário, que já tinha juntado US$ 1.5 bilhões com venda do PayPal, decidiu investir pesado na Tesla. Musk também tinha interesse em abrir uma empresa de carros elétricos; mas, como já estava enrolado com a recém-fundada SpaceX, preferiu entrar com a grana em vez de tocar a firma.

Com a bagatela inicial de US$6.3 milhões, Musk se tornou o principal investidor da Tesla. Ele foi apontado como presidente do conselho administrativo e continuaria a ser quem injetava a grana na empresa pelos próximos anos.

Depois de uma decisão judicial em setembro de 2009, Musk e outros dois investidores ganharam o direito de se chamarem de “co-fundadores” da Tesla – mesmo que seu papel tenha sido mais de cofrinhos.

O primeiro carro e mudanças na liderança

O primeiro protótipo da Tesla foi revelado em 2006, em Santa Monica, Califórnia, para uma multidão de 350 pessoas de apenas convidados. O Tesla Roadster original usava uma bateria de íons de lítio, e tinha uma autonomia de quase 400 quilômetros.

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Os clientes – incluindo alguns nomes famosos, como George Clooney – pagaram US$ 100 mil para garantir uma das primeiras unidades em produção. O lançamento estava previsto para algum momento de 2007.

O que realmente rolou em 2007 foi a cabeça de Eberhard. Ele renunciou ao cargo de CEO em agosto, meio coagido pelo Conselho de Administração – chefiado por Musk. Eberhard permaneceu no conselho consultivo da empresa e passou para o cargo de Presidente de Tecnologia por um curto período. 

Michael Marks, um dos primeiros investidores da Tesla, ficou por um tempinho como um CEO regencial. Quatro meses depois, ele também deixou o cargo e, em novembro, o engenheiro Ze’ev Drori foi escolhido para assumir a Tesla. Seu principal objetivo era levar o Roadster às ruas.

Hit the Road(ster)

Martin Eberhard deixou a empresa oficialmente em janeiro de 2008. Marc Tarpenning, que atuou primeiro como CFO e depois como vice-presidente de engenharia elétrica, também foi embora. Mais tarde, Eberhard entraria com uma ação judicial alegando que foi forçado a sair da empresa.

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No mesmo mês, Drori dispensou cerca de 10% dos funcionários da Tesla. De acordo com Musk, que já tinha investido cerca de 70 milhões de dólares na empresa, a fabricante de automóveis cortou pessoal para reduzir a sua taxa de consumo.

O primeiro Tesla Roadster plenamente funcional saiu da linha de produção em fevereiro de 2008. Ele foi entregue ao próprio Elon Musk, e os créditos foram para Ze’ev Drori.

Para comemorar, o bilionário liderou uma fila de protótipos Roadsters pela Highway 101, uma rodovia em Palo Alto, Califórnia. A produção do Roadster começou dois meses depois, aclamada como “um marco para a empresa e um divisor de águas para a nova era dos veículos elétricos”.

Mas não era uma estrada sem buracos. O Roadster tinha um precinho salgado de US$ 100 mil. Sua bateria de íons de lítio aguentava uma viagem de 390 quilômetros com uma única carga – mas como o veículo era conectado diretamente a uma tomada padrão, ele precisava passar pelo menos 24 horas carregando.

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Em outubro de 2008, a Tesla estava perto de ceder à crise financeira mundial. Nessas condições, Musk assumiu o posto de CEO, enquanto Drori pegou o cargo de vice-presidente – mas deixou a empresa em dezembro.

Na sua presidência, Musk procurou aumentar a taxa de produção, melhorar a margem de contribuição do Roadster e reduzir as despesas operacionais. Para isso, um de seus primeiros atos foi demitir 24% do pessoal da Tesla.

Uma ajudinha do governo

Em junho de 2009, a Tesla recebeu US$ 465 milhões em empréstimos do Departamento de Energia dos EUA, como parte do Programa de Empréstimo para Fabricação de Veículos de Tecnologia Avançada. 

A grana repentina foi um presente de Natal no meio do ano – deu à Tesla dinheiro suficiente para decolar, permitindo terminar a engenharia e produzir seu novo produto, o Modelo S, de acordo com as especificações de fábrica. 

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Anos mais tarde, em maio de 2013, ela devolveria o dinheiro que recebeu ao governo (mais 12 milhões de dólares em juros).

Graças a uma quantidade enorme de dinheiro constante, a Tesla conseguiu sobrepujar dificuldades financeiras e ignorar algumas de suas falhas operacionais. Eles se tornaram uma empresa de capital aberto em 2010, colocando suas ações na bolsa de valores americana. Seu primeiro semestre de lucro foi só em 2013.  Em 2017, mudou de Tesla Motors para Tesla Inc., conforme continuavam na promessa de expandir além dos carros para outras áreas de tecnologia. Com irresponsabilidades de Musk, as ações da empresa flutuaram com a suavidade de uma montanha-russa. 

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