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A violência do Cosmo sob telescópios de raios X

Artigo do astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, em que fala sobre a astronomia de raios X.

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Atualizado em 31 out 2016, 18h38 - Publicado em 31 out 1991, 22h00
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  • Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

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    Astronomia de raios X é a parte da Astrofísica que tem por objetivo estudar as fontes cósmicas de raios X. As primeiras identificações dessas fontes sugeriram que poderiam ser a chave do segredo que envolvia a morte das estrelas, no fim do seu ciclo evolutivo. O problema é que a radiação X é completamente absorvida pela atmosfera e o avanço da nova astronomia só foi possível com detectores instalados a 120 quilômetros a cima da superfície terrestre. Por esse motivo, sua história costuma se dividida em quatro etapas: a dos foguetes, dos satélites artificiais, dos observatórios espaciais e das estações espaciais.

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    A era dos foguetes começou em 1948 quando o engenheiro norte americano Herbert Friedmann, do Naval Research Laboratory, detectou raios-X provenientes do Sol, com ajuda do V-2 e outros foguetes. O alvo seguinte foi à estrela mais próxima ao sistema solar, próxima Centauri, cujo fluxo luminoso é 40 milhões de vezes inferiores ao do sol. Isso da uma idéia de porque foi preciso esperar até 1962 para que se descobrisse a primeira fonte de raios X não-solar – a Scorpius X-1, na constelação do Escorpião. Identificada com ajuda do foguete americano Aerobee, era 1000 vezes mais intensa que o Sol em raios X. Mais tarde, em 1964, durante um vôo do mesmo foguete, Friedmann conseguiu registrar outra fonte – anteriormente detectada mas não identificada – na constelação do Touro. Mais precisamente, ela se localizava junto à nebulosa de Caranguejo, onde uma super nova teria explodido no ano de 1054.

    Com foguetes, conseguiu-se detectar mais de 60 fontes de raios X até 1970. A partir daí, a nova etapa dos satélites começou com os engenheiros Uhuru, americano, e Ariel, britânico. Além de uma observação mais sistemática, estes satélites permitiram localizar melhor as fontes de raios X, pois a observação sucessiva e regular de uma mesma fonte, durante diferentes revoluções do satélite ao redor da Terra, tornou possível confirmar suas emissões e seu posicionamento. Assim procedendo, conseguiu-se elaborar o primeiro mapa do Céu em radiação X. Nesta época, 1061 fontes de raios X foram cartografadas e começou-se a precisar melhor sua natureza. Na segunda metade da década de 70, alguns foguetes permitiram traçar as primeiras cartas de restos de supernovas, como o Véu de Noivas, na constelação do Cisne.

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    Descobriu-se ainda que as fontes de raios X têm natureza muito variada: estrelas colapsadas em rotação rápida, restos de supernovas, galáxias particulares como as Seyfert, aglomerados de galáxias e finalmente estrelas binárias em que uma das componentes é uma estrela colapsada.
    Um avanço enorme surgiu com uma nova geração de satélites. Em 13 de novembro de 1978, entrou em orbita o satélite HEAO-2, também denominado Einstein, que durante sua vida útil realizou mais de 5000 observações. É desta época, também, o satélite europeu Exosat, lançado em 1983. Ele permaneceu operacional ate o fim de abril de 1986 e dispunha de um telescópio – x muito diferente dos dispositivos anteriores. Era constituído por superfícies aproximadamente cônicas onde os raios X incidiram num ângulo pequeno, ou seja, rasante, antes de se concentrarem nos detectores, colocados no oco do espelho. Daí vem a denominação telescópio de incidência rasante. O satélite Exosat trabalhou 1045 dias e fez cerca de 2000 observações.

    A exploração foi retomada com o observatório orbital alemão Rosat em 1990. Com dois telescópios de imagens, o Rosat está fornecendo resultados cinco vezes melhores do que os do Einstein. A era dos observatórios espaciais, enfim, teve início com o módulo Kvant, acoplado em 1987 à estação orbital soviética Mir. Ele compreende um complexo de quatro telescópios- X e será capaz de detectar diversas fontes exteriores à Via Láctea. O mesmo se espera de duas das missões mais importantes previstas para este decênio, o AXAF, da NASA, e a XMM, da Agência Espacial Européia.

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    Eventos do Mês

    Constelações

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    Estão visíveis ás 20 horas, do di 15: Andrômeda, Pégaso, Lagarto, Cisne, Flecha, Delfim, Águia, Capricórnio, Aquário, Peixe Austral, Sagitário, Coroa Austral, Altar, Triângulo Austral, Pavão, Ave do Paraíso, Oitante, Tucano, Grou, Hidra Macho, Peixe Voador, Pintor, Reículo, Erídano, Pomba, Relógio, Lebre, Touro, Perseu.

    Meteoros

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    No dia 8, ocorrerá a máxima atividade dos Táuridas, cuja freqüência é de doze meteoros por hora, visíveis junto ao zênite, por volta de uma hora da madrugada. Eles se irradiam do Touro, seu radiante. Mas em duas direções, uma ao norte e outra mais ao sul. No dia 17, será a vez dos Leônidas, com radiante na constelação do Leão. Sua taxa horária tem sido muito variável e estará visível do lado leste às 4 horas da madrugada. É conveniente procurar os meteoros longes das luzes da cidade e quando a lua não estiver visível.

    Fases da lua

    Lua Nova, dia 6, as 8h11m; quarto crescente, dia 14, às 19h56min. A luz cinzenta da Lua poderá ser observada entre os dias 7 e 9.

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    Planetas

    Mercúrio: após sua conjunção com o sol, em 3 de outubro, observá-lo ao anoitecer, após o por do sol (magnitude -0,2. A estrela mais brilhante, Sirius tem magnitude, menor o brilho). No dia 18 atingira o maximo afastamento do Sol. Visível todo o mês, embora na ultima semana fique ofuscado por já esta muito próximo do sol. O encontro completo, isto é, sua conjunção inferior, ocorrerá no mês seguinte, dezembro, no dia 8.

    Vênus: visível como astro matutino, entre virgem e balança, antes do nascer do sol (magnitude – 4,0).

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    Marte: quase invisível por estar muito perto do sol. Atingira sua conjunção com o sol no dia 8.

    Júpiter: visível como astro matutino junto ao Leão (magnitude – 1,5).

    Saturno: visível em Capricórnio (magnitude + 0,8). Será ainda uma das atrações do mês.

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    Noturno: visível com luneta em Sagitário (magnitude + 7,8).

    Iniciantes

    Para quem esta começando a observar o céu, uma das melhores referencias para localizar os planetas é a Lua. Estarão ao sul da lua Júpiter (nos 1.º e 29), Venus (no dia 2), Mercúrio (no dia 6) e Netuno (no dia 11). Ao norte da Lua, estarão Urano (no dia 11) e Saturno (no dia 12).

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