PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

As 9 NFTs mais bizarras que estão rolando por aí

Desenhos, GIFs e até tuítes podem receber o novo tipo de certificado digital – que já movimenta um mercado de milhões de dólares.

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 24 mar 2021, 18h24 - Publicado em 24 mar 2021, 18h11

Quanto você pagaria por um tuíte? À primeira vista, a resposta parece simples: nada. Afinal, o Twitter é uma rede social gratuita, e toda informação ali, no fim das contas, não passa de uma sequência de bits.

Mas não é bem assim. Na última segunda-feira (22), Jack Dorsey, CEO e fundador do Twitter, vendeu o seu primeiro tuíte (e, consequentemente, o primeiro da plataforma) por US$ 2,9 milhões – quase R$ 16 milhões. A mensagem, que completou 15 anos no domingo (21), era curta: “Apenas configurando o meu Twttr”. Essa era a grafia original da rede, que meses depois mudou para a que conhecemos hoje.

A compra foi paga com uma criptomoeda chamada ethereum por meio da plataforma Valuables, que pertence à empresa norte-americana Cent. Segundo Dorsey, o valor arrecadado será doado para pessoas que enfrentam a Covid-19 na África.

Mas o mais curioso foi que a negociação não envolveu, de fato, o tuíte. A mensagem não sumiu da internet e foi parar no pen drive do comprador – basta clicar no link acima para acessá-la. O que aconteceu foi a transação de um NFT, sigla em inglês para “token não-fungível”, uma espécie de certificado de autenticidade digital criado em 2015 e que se popularizou em 2021.

O NFT é um pacote de dados inserido em um blockchain: um banco de dados coletivo, distribuído e imune a adulterações. As criptomoedas são baseadas em blockchains. Mas, ao contrário delas, o NFT não é “fungível”, ou seja, ele é único e não pode ser substituído. Moedas são fungíveis: você pode trocar uma nota de US$ 10 por outra nota de US$ 10 (ou duas de US$ 5), e dá na mesma. O valor se mantém.

Já coisas únicas e insubstituíveis, como a Mona Lisa, são infungíveis. O NFT tenta levar essa lógica para o mundo dos pixels. Na prática, qualquer item digital pode virar um NFT – como o tuíte de Jack Dorsey. Mas os certificados têm sido adotados, principalmente, por artistas, que usam o Photoshop ao invés de tinta e pincel. A ideia é que o mundo da arte digital fique mais parecido com o da arte convencional dos museus, galerias e coleções particulares (um mercado multimilionário, diga-se). Afinal, qualquer um pode baixar a imagem d’A Noite Estrelada de Van Gogh e usá-la como fundo de tela – mas todos sabem que a pintura original, por ora, está no MoMA, em Nova York.

Continua após a publicidade

 

Ainda será possível copiar e colar as artes que você vê na internet – mas os certificados NFT dessas imagens, caso existam, serão exclusivos. Por isso eles têm valor, e estão sendo negociados por valores surpreendentes (veja abaixo alguns exemplos).

O futuro do NFT é incerto. Há empresas investindo no filão: a NBA, liga de basquete dos EUA, criou o Top Shot, uma plataforma com NFTs de grandes jogadas de atletas – é como se elas fossem cards digitais colecionáveis, que podem ser adquiridos e trocados entre os usuários. Também há quem ache os NFTs uma bobagem, e principalmente um desperdício de eletricidade: eles são comprados e vendidos com criptomoedas (cuja mineração consome muita energia). E também não demorou para que surgissem denúncias de golpes, assim como os falsificadores do mundo da arte convencional.

A seguir, para além do tuíte leiloado, veja outras oito NFTs bizarras que estão rolando pela internet.

Um fantasma da Gucci

Trevor Andrew é um atleta de snowboard e artista que já teve trabalhos expostos em diversos lugares do mundo. Em 2016, ele criou a sua própria coleção dentro da grife Gucci, combinando o símbolo da marca com o fantasminha acima – uma de suas marcas registradas. Por US$ 200, 45 NFTs em formato de GIF foram vendidas por meio do site Nifty Gateway, que comercializa esse tipo de produto digital (apelidados carinhosamente de “nifties”). Hoje, cada um custa US$ 3,6 mil, podendo chegar a mais de US$ 13 mil.

Continua após a publicidade

O GIF “Nyan Cat”

Criado em 2011, o Nyan Cat talvez seja um dos memes mais icônicos da internet. Ora, por que não vender um NFT do gatinho que deixa um rastro de arco-íris? Foi o que fez Chris Torres, o autor do Nyan, em fevereiro, quando negociou o certificado do bichano por US$ 580 mil.

A ponte de John Cleese

.
(John Cleese/Divulgação)

 

O britânico John Cleese foi uma das mentes por trás do Monty Python, um dos grupos de comédia mais geniais de todos os tempos. Recentemente, ele resolveu tirar uma com a onda dos NFTs: em um iPad, ele fez o desenho acima, uma representação da Ponte do Brooklyn, em Nova York. Ah, e claro, assinou com as suas iniciais.

A arte de Cleese, que será leiloada nos próximos dias, teve o lance inicial de US$ 100 – e já ultrapassou os US$ 36 mil. Mas a meta do ator é ambiciosa: nada menos do que US$ 69 milhões.

Continua após a publicidade

É uma piada, claro. “[Os NFTs] são apenas outro meio de investimento para os super-ricos”, disse Cleese em uma entrevista à revista Vanity Fair. Os US$ 69 milhões fazem referência ao valor pago recentemente por uma obra digital do artista Bleeple, que ficou famoso nos últimos anos no Instagram. A arte foi vendida em um leilão da Christie`s – foi a terceira quantia mais alta já recebida por um artista vivo.

Este desenho do Homer Simpson

.
(CNET/Reprodução)

O que acontece se juntarmos o rosto de Homer Simpson com o do meme “Pepe, the Frog” (popular em fóruns como o 4chan)? Bem, além do resultado bizarro acima, uma baita grana: US$ 320 mil. O mais curioso dessa história é que o felizardo não é o criador original da montagem, mas sim um comprador que a adquiriu em 2018 por US$ 38 mil – uma valorização de quase 1000%.

O meme “Bad Luck Brian”

Continua após a publicidade

A foto de Kyle Craven saiu de um anuário do colégio para o fórum Reddit, onde viralizou em 2012. Desde então, virou um meme associado a eventos e situações cotidianas de má sorte. Recentemente, o próprio Craven vendeu um NFT da imagem por US$ 36 mil. Os anos de zoeira ao menos renderam uns trocados.

Esta coleção da Grimes

View this post on Instagram

A post shared by Nifty Gateway (@niftygateway)

A cantora e esposa do bilionário Elon Musk (com quem ele teve um filho em maio de 2020) foi uma das primeiras celebridades a aderir à onda do NFT. Em fevereiro, ela arrecadou o equivalente a US$ 5,8 milhões com a venda de artes por meio do Nifty Gateway. O negócio gastou muita eletricidade, o equivalente ao que dez casas consomem em um ano inteiro. No fim, Grimes destinou parte do dinheiro à ONG Carbon180, focada em reduzir as emissões de CO2.

Este retrato da Lindsay Lohan

A atriz de Meninas Malvadas (2004) é mais uma a se aventurar pelos NFTs. Pelo Twitter, ela anunciou a venda de alguns retratos via bitcoin, como a imagem acima, que faz referência ao filme Herbie – Meu Fusca Turbinado (2005) – só que com o símbolo da criptomoeda na frente do carro. Outro retrato, intitulado “Lightning”, foi vendido por US$ 50 mil, e o dinheiro irá para instituições de caridade.

Continua após a publicidade

Áudios de pum

No início da pandemia, em março de 2020, o cineasta Alex Ramírez-Mallis e outros quatro amigos resolveram passar o tempo trocando áudios de flatulência em um grupo do WhatsApp. Um ano depois, eles resolveram leiloar um compilado de 52 minutos de sons de pum pelo equivalente a US$ 85 (ou R$ 480). E sim, eles venderam alguns, inclusive áudios individuais por US$ 90. Alguns lances, inclusive, chegaram a 0,24 Ethereum (US$ 420), provando que qualquer coisa, por ora, pode virar um NFT.

 

 

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.