Marcelo Cabral
As corridas de aviões foram uma mania na Europa durante a década de 1930, até que a 2ª Guerra Mundial pôs um fim às disputas. Mas agora elas estão de volta, e melhoradas. Foi criada nos EUA a Rocket Racing League (RRL), que vai promover corridas entre aeronaves impulsionadas por foguetes, seguindo o modelo da Fórmula 1 terrestre. Um dos fundadores da liga é Peter Diamandis, um dos empresários responsáveis pelo prêmio de US$ 10 milhões para a primeira espaçonave privada a entrar em órbita da Terra. A 1ª temporada da RRL será disputada no ano que vem e deverá ter pelo menos 6 corridas. A idéia dos organizadores é reunir de 4 a 10 foguetes no campeonato, que já tem até mesmo sua primeira equipe inscrita. As máquinas do time Leading Edge terão nos assentos dois ex-pilotos de caça da Força Aérea americana.
Todas as equipes terão o mesmo foguete básico. Decolando e pousando como se fosse um avião comum, o foguete X-Racer é baseado em protótipos desenvolvidos para um programa da Nasa sobre naves espaciais reutilizáveis. As equipes terão liberdade para equipar o foguete-padrão com novas soluções aerodinâmicas e tecnológicas. Os organizadores esperam que dessa forma surjam em breve novas descobertas nas áreas de propulsão e design. Enquanto a temporada não começa, estão sendo acertados os detalhes finais com patrocinadores, com outras equipes e até mesmo com os canais de televisão que irão transmitir as corridas. Veja como vão ser as disputas entre as máquinas voadoras.
RADINHO DE PILHA
Para acompanhar melhor a corrida, a platéia do circuito não vai depender só dos olhos e ouvidos. Cada espectador vai receber um pequeno aparelho eletrônico parecido com um palmtop, que vai informar a posição e a velocidade dos foguetes.
GRANA ALTA
Embora a liga ainda não tenha começado, já estão sendo vendidas camisetas, bonés e traquitanas. Também há interesse de empresas em fazer videogames das corridas. A idéia é que a disputa também dê retorno financeiro.
AQUEÇAM SEUS MOTORES
Na largada, os foguetes ficam alinhados lado a lado. Após o sinal verde, cada máquina se encaminha para uma raia parecida com as que existem nas pistas de atletismo. O objetivo da separação é evitar trombadas entre os foguetes.
CIRCUITO AÉREO
As pistas vão imitar as das corridas de F-1, com retas, curvas e chicanes. Como elas estão no céu, irão incluir também subidas e descidas. Para que os pilotos enxergem o percurso, seu capacete vai projetar um “túnel eletrônico virtual” com a trajetória certa.
CINEMÃO
Assim como na Fórmula 1, os foguetes vão levar pequenas câmeras a bordo. Além da televisão, as imagens também serão projetadas em telões no local das corridas para que o público possa acompanhar os pegas de perto.
RUAS DE FOGO
Os foguetes devem alternar momentos de aceleração com outros em que eles vão apenas planar. Isso serve para poupar combustível e preservar os motores. Com força máxima, os foguetes projetam uma cauda de chamas de 5 metros.
PÉ NA TÁBUA
Cada foguete carrega um piloto. Eles podem alcançar uma velocidade máxima de quase 600 km/h, graças a um motor com empuxo de 1 500 libras. O combustível utilizado nas máquinas é uma mistura de oxigênio líquido e querosene.
PIT STOP
As corridas também vão incluir paradas para reabastecimento. A idéia é que cada foguete fique até 5 minutos no boxe para encher o tanque. Com o desenvolvimento das corridas, devem surgir técnicas que reduzam esse tempo ainda mais.