Chefe do Zoom diz que, no futuro, reuniões serão feitas por IA em vez de pessoas
Plataforma quer criar avatares que possam comparecer àqueles papos que poderiam ser um e-mail e resumir a conversa para nós. Entenda os argumentos a favor e contra essa ideia.
Você é daqueles que odeia participar de reuniões? Bom, seus problemas podem estar prestes a acabar . De acordo com Eric Yuan, CEO da plataforma de chamadas de vídeo Zoom, a meta é que seja possível criar um avatar baseado em inteligência artificial para participar das conferências no seu lugar.
Pode até parecer algo saído de um filme de ficção científica. Mas, em entrevista à revista The Verge, Yuan disse que o Zoom já desenvolve tecnologias do tipo para aplicar as ideias daqui a cinco ou seis anos.
A ideia é que os usuários tenham sua própria LLM (sigla em inglês para Modelo de Linguagem de Larga Escala). Esses sistemas recebem enormes volumes de dados para aprender a reconhecer e reproduzir padrões. No caso, os usuários treinariam o robô para que ele pudesse mimetizar seus comportamentos de escrita e fala. Assim, em teoria, o bot agiria da mesma forma que você durante uma reunião.
“O futuro se trata de LLMs personalizados. Eu terei várias variantes dos meus LLMs. Cada empresa também terá seu próprio”, diz Yuan. “Eu acredito que o LLM pode me representar a qualquer momento. E os LLM serão muito diferentes entre si.”
Mas se engana quem pensa que os planos seriam utilizar IA somente para ajudar nas chamadas de vídeo. Além delas, todos os outros trabalhos diários, como responder mensagens, telefonemas, e-mails, programação e gerenciamento de projetos poderiam ser feitas por avatares.
Com uma versão digital fazendo o nosso trabalho, “poderíamos ter mais tempo para ter interações pessoais, mas talvez não para o trabalho. Talvez para outra coisa”, complementa Yuan.”Por que precisamos trabalhar cinco dias por semana? No futuro, poderão ser quatro dias ou três dias. Por que não passar mais tempo com sua família?”
Para Yuan, as IAs ainda não foram desenvolvidas o suficiente para que já possam ser utilizadas para esse propósito: “Eu acredito que em alguns anos chegaremos lá, mas estamos apenas no início.”
Alguns especialistas em IA, entretanto, são mais críticos e céticos com essa ideia. Para eles, as ferramentas de IA baseadas em LLM podem até ser úteis para realizar tarefas básicas, mas são péssimas ferramentas para delegar tomadas de decisão, de forma que terceirizar a autoridade pode representar novos desafios para lidar com os robôs no futuro.