Cientistas criam primeira arma contra deepfakes
Vídeos forjados assustam a internet; mas há uma esperança contra eles
“Esta é uma época perigosa. Nós temos de ser mais cuidadosos com o que vemos na internet”, disse Barack Obama, ex-presidente dos EUA, num vídeo publicado no YouTube.
O clipe viralizou, foi acessado por quase 4 milhões de pessoas. Mas ele não é real. Trata-se de um deepfake: um vídeo falso, produzido por um aplicativo de inteligência artificial (ele tem esse nome porque usa técnicas de deep learning, em que o computador aprende sozinho, por tentativa e erro, a simular o rosto de alguém).
Os deepfakes surgiram em janeiro, quando foram usados para inserir os rostos de celebridades em cenas pornô, e desde então vêm causando receio – a falsificação de vídeos de políticos, por exemplo, poderia ter consequências sociais graves.
Mas cientistas da Universidade de Munique, na Alemanha, criaram a primeira arma contra eles: outro programa de inteligência artificial, o XceptionNet, que foi alimentado com mil deepfakes e aprendeu a reconhecer detalhes microscópicos, invisíveis a olho nu, que diferenciam um rosto real de um simulado digitalmente. Ele é bem preciso: reconhece a falsificação em 84% a 96% dos casos.