Cientistas criam “tradutor” para o choro de bebês
Que tal descobrir o que o seu filho sente só pelo choro? Essa é a promessa de um novo sistema desenvolvido em uma universidade dos Estados Unidos.
Filho, irmão, sobrinho, primo, afilhado… não importa a sua relação com ele. Se você tem contato próximo com um bebê, provavelmente já o viu chorar – e até berrar. Esse é um dos momentos de maior desespero para quem está tentando acalmar a criança. Como fazê-lo parar? Como saber o que ele quer? A boa notícia é que a inteligência artificial pode dar uma ajudinha nisso.
Pesquisadores da Northern Illinois University, nos Estados Unidos, desenvolveram um algoritmo capaz de identificar se o bebê está chorando de dor ou por causa de alguma doença, além de indicar o grau de urgência do problema.
O algoritmo foi criado a partir de depoimentos de pessoas especialistas em identificar os motivos do choro – mais precisamente, enfermeiros e pediatras, que lidam frequentemente com crianças e costumam ter maior facilidade em fazer o diagnóstico. Para isso, eles se baseiam em algumas “pistas” escondidas no som emitido pelo bebê.
Algumas das características consideradas pelo algoritmo na hora de acusar o problema são o tom e a frequência do som. O sistema aprendeu a reconhecer esses traços com base em gravações de uma unidade neonatal que, não seria para menos, está recheada de choros de bebês.
Segundo Lichuan Liu, pesquisadora que é coautora do estudo, o choro decorrente de dor ou doença é bem mais alto e agudo quando comparado a um chorinho normal. Essa particularidade pode ajudar tanto pais quanto médicos a identificar de o bebê precisa de atenção imediata.
O sistema consegue fazer a análise do choro mesmo quando o bebê está em um ambiente barulhento, com vozes de adultos, ou uma televisão ligada ao fundo. Normalmente, esse é o ambiente familiar em que as crianças vivem.
Em um teste conduzido pelos cientistas, pediatras experientes escutaram 48 gravações de bebês e deram seus palpites sobre a causa do choro — fome, cansaço, cólica, entre outras. Quando chegou a vez do algoritmo, os resultados da máquina coincidiram em 70% com os palpites humanos.
Apesar do resultado positivo dos testes, ainda existem detalhes para serem aprimorados. Usar tecnologia para a detecção de emoções humanas é extremamente desafiador. Por isso, os cientistas ainda planejam incluir outros atributos, como identificação de movimentos e expressões faciais do bebê – sofisticando ainda mais as babás eletrônicas de hoje.
Os pesquisadores já entraram com pedido de patente para o novo “tradutor”. A ideia é que uma máquina esteja disponível em breve para ajudar principalmente os pais de primeira viagem, que normalmente têm menos experiência no assunto. A família agradece!