Karen Tada
Um japonês de vocabulário médio reconhece e utiliza no dia-a-dia cerca 2 mil ideogramas kanji. Mas, para digitar no computador, eles não precisam de milhares de teclas: bastam as 26 letras do nosso alfabeto. Em um computador habilitado, o sujeito vai teclando letras ocidentais. Conforme elas formam sons que significam alguma coisa em japonês, o programa apresenta sugestões de ideogramas que devem significar o que a pessoa quer dizer.
A lista de opções pode ser extensa, porque muitas palavras têm o mesmo som. Por exemplo, o fonema “shi” é o mesmo para “4”, “morte”, “poesia”, “cidade”, entre outros. Além disso, um kanji costuma ter mais de um jeito de ser pronunciado: o de “4” também pode ser lido como “yon” ou “yo”.
Complicado? Não é tanto assim, até porque o software lista primeiro o ideograma mais comum e as combinações mais prováveis – como alguns celulares que vão completando o torpedo. Difícil era antes do computador: a máquina de escrever nunca chegou a pegar no Japão. A comunicação escrita era à mão mesmo.