As empresas Boeing, americana, e a Yuzhmash, ucraniana, estão anunciando para o próximo mês o início de uma nova etapa na conquista do espaço. Em outubro, as duas firmas planejam lançar um foguete no primeiro aeroporto espacial que não pertence a nenhum governo. Hoje, todas as bases de lançamento de satélites são propriedade de alguma nação. O novo espaçoporto, que custou 500 milhões de dólares, deve superar os concorrentes, garantem os seus proprietários. É que ele terá a estrutura de uma plataforma flutuante, dotada de motores para se deslocar no mar. Com isso, dá para escolher o local dos lançamentos. E, aí, a grande vantagem será ficar sobre a linha do equador, pois nessa posição se aproveita ao máximo a rotação do planeta, que é de 1 700 quilômetros por hora. Esse impulso extra reduz o consumo de combustível pelo foguete lançador. De quebra, os satélites já saem do solo na direção da órbita em que vão girar, que geralmente fica sobre o equador, a uns 36 000 quilômetros de altitude. “Uma receita de sucesso”, aposta o especialista Marco Caceres, da firma de consultoria americana Teal Group.
Espaçoporto flutuante
A nova base de lançamento ficará ancorada no Oceano Pacífico, bem no equador.
A plataforma é controlada por 240 tripulantes de um navio de comando. Na hora do lançamento, ele se afasta 5 quilômetros dela para evitar acidentes
Com quase 70 metros de altura, o foguete construído na Ucrânia tem força para colocar satélites de até 5 toneladas no céu.
Neste hangar, dominando a plataforma, o foguete fica acomodado na horizontal, aguardando o lançamento.
A base de lançamento mede 145 metros de comprimento por 70 de largura. Sua área total é de 10 000 metros quadrados.
Na base, 30 metros acima do nível do mar, tudo é automatizado. Na hora do disparo, ela afunda um pouco, para ganhar estabilidade.
No ritmo dos giros do planeta
Entenda por que é vantajoso lançar um foguete do equador.
Todos os pontos da Terra dão uma volta completa no mesmo tempo, 24 horas. Só que, como no equador a circunferência é maior, quem está nessa faixa gira mais depressa. E um projétil lançado da “cintura” do planeta já sai para o espaço com maior velocidade.