Como só ela sabe fazer, a Nasa conseguiu montar um show de tecnologia e de deslumbramento científico ao levar até a superfície de Marte, numa viagem perfeita, um pequeno jipe-robô, o Sojourner. Depois de viajar 500 milhões de quilômetros e rolar para fora da nave que o transportou, o autômato entrou em rede com micros do mundo inteiro. Milhões viram Marte on line pela Internet. O principal objetivo da missão é preparar futuras expedições, que poderão comprovar se um dia houve micróbios por lá, e se alguns deles sobreviveram até hoje. Analisando minerais, o Sojourner começa a pesquisar esses assuntos. Mas não pode eliminar todas as dúvidas. Até porque a região examinada é minúscula, bem menor que um quarteirão. Mesmo assim, já fez pelo menos uma descoberta importante: a de que muitas rochas marcianas são parecidas com a andesita, que existe na Terra. Como aqui essa rocha é formada pela divisão da crosta em imensos pedaços, chamados placas tectônicas, Marte pode ter sido o único planeta do Sistema Solar, além do nosso, que teve o subsolo dividido em grandes blocos.
Com os pés na areia
E os olhos nas rochas. Assim, o jipe-robô Sojourner começa a decifrar os enigmas marcianos.
Paralisia noturna
O Sojourner chegou a Marte à noite e então dormiu. Movido a baterias solares, teve de esperar o dia nascer para sair rodando.
Análise a distância
O Sojourner analisou a pedra apelidada de Barnacle Bill (ao lado do jipe, na foto). No detalhe, o azul são áreas de rocha pura, e o vermelho, pontos cobertos por poeira.
Esta esfera quase perfeita, Marte, tem 6 800 quilômetros de diâmetro. Por ora, até onde se sabe, abriga apenas a estação Pathfinder, o jipe Sojourner e, faça figa, fósseis de micróbios.