Elas vão para o espaço: metade da nova turma de astronautas da Nasa é composta por mulheres
Quatro mulheres vão fazer história dentro da agência espacial norte-americana
Pela primeira vez, em seus 58 anos de existência, 50% dos astronautas recrutados pela NASA são mulheres. São elas: Anne McClain, 36, Christina Hammock Koch, 37, Nicole Aunapu Mann, 38, e Jessica Meir, 38. O processo para admissão não é nada simples. São 18 meses de rigorosos testes médicos e psicológicos. Considerando que mulheres representam menos de 25% da força de trabalho nas áreas das ciências, matemática, engenharia e tecnologia, esse é um avanço e tanto. A próxima parada das mulheres? Possivelmente Marte.
Uma das escolhidas, Anne McClain, disse em entrevista à revista Glamour norte-americana: “Tinham mais de 6.100 inscrições para a nossa turma de oito pessoas, e eu já tinha aceitado que não ia entrar. Ainda me lembro de receber a ligação dizendo que eu havia sido selecionada. Eu não conseguia respirar, não conseguia falar. Comecei a chorar (…). Eu não consigo me lembrar de não querer ser astronauta (…)”.
Até 2030, ano em que está prevista a primeira missão tripulada para Marte, as astronautas vão treinar as suas habilidades tanto na Terra quanto no espaço. Vão realizar viagens até asteroides perto da Lua e outros testes. “Não é como a Lua, uma viagem de três dias. Quando você for para Marte, vai mesmo. Não tem como abortar”, diz o diretor de exploração de sistemas avançados da NASA, Jason Crusan.
A mesma NASA, que, em 1962 escreveu uma carta acabando com o sonho de uma mulher que queria ser astronauta (veja abaixo), hoje, tem metade de sua equipe principal formada por elas. Parece que o jogo virou.
“Querida senhorita Kelly,
Essa é uma resposta para a sua carta de 20 de fevereiro de 1962.
A sua oferta para participar de uma missão espacial é louvável, e nós somos muito gratos.
Informamos que não temos nenhum programa no que diz respeito a mulheres astronautas e nem temos um plano para fazer isso.
Apreciamos seu interesse e apoio ao programa espacial da nação.”