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Escola Móvel – Sala de aula móvel

Com smartphones conectados à Internet, vai ser difícil o professor ir contra a maré: o aprendizado vai acontecer em qualquer lugar

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 16 abr 2011, 22h00

Giulliana Bianconi

Pesquisadores de educação já viam nos mais modestos celulares a possibilidade de ampliar a sala de aula. Mas agora os smartphones e a popularização de redes wi-fi e dos pacotes de dados de acesso à internet vão fazer novos softwares e experiências pipocarem no universo educacional. E quem ganhará serão os alunos.

Para desespero daqueles professores que proíbem o celular na sala de aula, dispositivos móveis conectados à internet serão uma das principais novas ferramentas pedagógicas, concluiu o Horizon Report 2010 – relatório anual sobre tecnologias emergentes na educação organizado por um consórcio de centenas de universidades, centros de pesquisa e empresas do mundo.

Nos dispositivos móveis – que têm no celular o representante mais popular – a possibilidade de aprender a qualquer hora e em qualquer lugar se torna real quando a conectividade é atrelada a recursos como GPS, realidade aumentada e plataformas de aprendizagem. O maior desafio agora é reciclar os professores para que eles adotem essas novas tecnologias.


A AULA TÁ LÁ NA ESQUINA…

Softwares e plataformas para celular devem transformar a cidade numa grande sala de aula. O aplicativo 7Scenes, do holandês Instituto Waag, permite que conteúdos – vídeos, textos, fotos, músicas – sejam programados para um determinado ponto de latitude e longitude.

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Isso permite, por exemplo, que uma lição sobre a Independência do Brasil vire uma aula-gincana. O professor mapeia a localização do Monumento do Ipiranga no GPS do celular e programa informações sobre o acontecimento histórico para serem acessadas exatamente no local. Ao chegar ao ponto correto, o software “entrega” ao aluno o conteúdo programado e já passa a dica para seguir para um próximo local.

Esse formato, que tem sido experimentado por escolas holandesas, despertou o interesse de pesquisadores e educadores brasileiros, que começaram a testar versões locais no Mobilefest – Festival Internacional de Criatividade Móvel.

Já a plataforma web Locast Civic, do Laboratório de Experiência Móvel do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), concentra no ambiente móvel todas as informações de interesse de um tema predeterminado em sala de aula. Estudantes usam os celulares e GPS para mapear pontos da cidade e também etiquetá-los fisicamente com QR codes (símbolos gráficos que, tal como os códigos de barras, contêm informações decifradas por leitores digitais). E vão compartilhando tudo na Locast Civic, desenvolvida para rodar em qualquer celular que tenha acesso à internet.

Até o final deste ano, Santos e Guarujá (SP) serão as primeiras do Brasil a integrar no currículo das suas escolas essa plataforma do MIT.

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…OU NO TRÂNSITO

Embora os cursos de educação a distância tenham tenham popularizado ambientes virtuais de aprendizagem, a avassaladora maioria dos estudantes ainda assiste às aulas sentada em frente ao computador. Isso vai mudar completamente quando a rede 4G estiver disponível para celulares.

“Com velocidade de transmissão podendo ultrapassar os 60 Mbps, nós vamos trabalhar com a banda larga móvel ‘rica’”, diz Fábio Josgrilberg, gerente de projetos de educação a distância da Universidade Metodista de São Paulo.

Essa banda ultralarga permitirá assistir a uma aula longa pelo celular sem interrupções. Assim você vai encontrar uma utilidade bem maior para aquelas horas perdidas no trânsito. Por enquanto a operadora americana Sprint é uma das poucas no mundo que já oferecem o serviço equivalente ao 4G para celulares comerciais.

Sua escola ainda vai lhe dar um iPhone

Como no Japão
Logo ao fazer a matrícula o estudante da Universidade Aoyama Gakuin recebe um smartphone conectado à rede 3G e o aviso de levá-lo todo dia para a aula. Resumos da aula e testes vão direto para o dispositivo, que recebeu também um aplicativo para registrar automaticamente a presença do aluno. É o fi m da chamada. Para tudo dar certo, a universidade distribuiu o aparelho gratuitamente (ok, o preço deve estar incluso na anuidade de até US$ 20 mil…) e fez parceria com uma operadora para bancar os serviços básicos do telefone. Imagine quando trocarem o celular por tablets!

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…E nos EUA também
A Universidade Cristã Abilene, no Texas, distribuiu iPhones aos calouros e lhes oferece um cenário favorável à aprendizagem móvel: dobrou a área de cobertura da rede wi-fi , e professores passaram a enviar testes, resumos de aulas e lições para alunos. Dá até para saber o que vai ter no bandejão. Após um semestre de teste, 90% dos alunos e professores disseram que o uso do aparelho não levou à distração durante as aulas.

E você vai poder dissecar cadáver
Pesquisadores da Universidade de Utah desenvolveram o aplicativo Anatomy Lab para ajudar estudantes de medicina a estudarem o corpo humano. O aplicativo sugere uma “dissecação virtual”, fornecendo imagens reais de um cadáver humano em 40 fases distintas – com pele, sem pele, com foco nos músculos, nas veias… até chegar ao esqueleto. É, não substitui o defunto real, mas ajuda a estudar quando não tiver um ao lado.

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