Esqueça as placas pretas: o teto solar da Tesla é lindo
Se essa casa parece normal, é porque a Tesla conseguiu seu objetivo: esconder tecnologia solar de ponta debaixo de telhados luxuosíssimos.
O futuro não pode ser só sustentável – precisa ser bonito. Pelo menos, esse é o objetivo da Tesla, a empresa de carros elétricos de design arrojado, que acaba de apresentar um produto nem um pouco automobilístico: o primeiro telhado solar.
Esqueça tudo o que você sabe sobre painéis solares. Os quadradões que usamos hoje não poderiam ser mais diferentes do lançamento da empresa. O objetivo da casa solar da Tesla é ser igual a uma casa normal – desde que o seu conceito de “normal” seja uma construção chiquérrima.
A nova sacada de Musk se baseia na criação de telhas, que apesar de parecerem feitas de barro ou pedra, são vidro temperado e texturizado. O glamour e a resistência do telhado são mantidos, mas o material é completamente translúcido, atravessado pela luz com uma perda de apenas 2%. Dali, a luz é transmitida para células solares, produzidas em parceria com a Panasonic. Feias como sempre, as células solares ficam escondidas debaixo das telhas luxuosas.
Não é à toa que Elon Musk, fundador da Tesla e visionário excêntrico da tecnologia, decidiu apresentar seu novo telhado solar nos estúdios da Universal, em Hollywood. As casas do set de filmagem, remodeladas pelas novas telhas de vidro, eram de um antigo set de Desperate Housewives. A apresentação já indica que, como os carros da Tesla, o telhado vai ser, a princípio, direcionado à elite americana.
O novo telhado solar também representa um passo na direção do futuro sonhado por Musk: sustentável, lindo e com a presença da Tesla em tudo quanto é canto.
O carro do futuro, elétrico, é carregado pelas tomadas da casa, que tiram sua energia do telhado solar. As telhas, por sua vez, mandam o excesso de energia gerada durante o dia para ser armazenada em uma grande bateria doméstica. Cada uma dessas etapas é um produto da Tesla: além do telhado, a empresa está para lançar sua terceira geração de carros elétricos e uma nova versão da Energy Powerwall, a tal bateria doméstica.
A junção de todos esses serviços é recente: até outro dia, as ambições de Musk no campo da energia solar ficavam concentradas em uma empresa separada, a SolarCity. Com US$ 3 bilhões em dívidas, aguarda aprovação dos acionistas para se fundir com a Tesla. A expectativa é que essa junção impulsione tanto os novos telhados quanto a venda dos painéis solares convencionais.
Vai ser um momento decisivo para o futuro das duas empresas e do próprio Musk. O mercado pode não botar fé nenhuma nos planos do empresário para o futuro e derrubar as duas em uma tacada só. Mas a aposta atual é que as telhas solares, ao melhor estilo colonial espanhol, sejam deslumbrantes o suficiente para ofuscar as dúvidas dos investidores.