Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Ex-funcionária denuncia Apple por ambiente de trabalho machista

Uma engenheira e uma dúzia de funcionárias - e alguns funcionários - soltaram o verbo sobre situações sexistas na empresa

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h01 - Publicado em 19 set 2016, 20h15

O mundo da tecnologia ainda é dominado por homens, isso é fato. Na Apple, uma das maiores empresas do ramo, só 32% dos funcionários são mulheres – a engenheira Danielle (nome trocado para proteger a identidade da fonte) era uma delas. Como grande parte das suas companheiras de profissão, ela vivia em um ambiente dominado por homens e pelas suas piadas machistas.

Ela relevava tudo, mas em julho desse ano, a situação chegou ao extremo: alguns colegas de Danielle teriam feito piadas sobre estupro. Depois de várias reclamações sem resultado para o gerente da área, ela decidiu contactar o CEO da Apple, Tim Cook – e também não obteve respostas.

Foi a gota d’água: a engenheira e mais uma dúzia de mulheres e alguns homens escreveram e-mails para o RH da Apple, denunciando algumas das situações mais bizarras de machismo e discriminação sofridas por todos eles no ambiente que eles classificaram como “tóxico”. 

LEIA: Ex-funcionário do Facebook lança livro contando os supostos podres da empresa

O documento com as supostas opressões tem 50 páginas, e foi publicado pelo site de notícias Mic. Nele, há dezenas de histórias de sexismo: uma das funcionárias, por exemplo, diz que em uma reunião em que ela era a única mulher, os colegas começaram a falar muito mal de suas esposas e namoradas. Segundo o Mic, ela teria contado: “Me senti muito desconfortável porque eu era a única mulher na sala, enquanto todos os meus colegas homens chamavam duas mulheres de cobras. E meu chefe não moveu um dedo para parar isso”. 

Continua após a publicidade

Uma terceira funcionária lembra que precisava trabalhar sozinha, à noite, em um andar vazio quando tinha que fazer hora extra: “Eu me sentia insegura, sendo a única mulher de um andar inteiro – e escuro”. Quando essa mulher pediu para ser colocada em uma mesa perto de alguém, o pedido foi negado. Um dos homens que assinou o manifesto também reclamou de machismo contra ele: os colegas teriam dito que ele era emocional demais, e que ele “parecia uma mulher na tpm”. 

Depois da denúncia ao CEO, Danielle afirmou ter sofrido retaliação dos colegas – e teve que tirar um tempo para escapar do tratamento hostil. Ela também diz nos emails que, quando retornou da licença, nada havia mudado. 

LEIA: Apple é condenada a pagar a maior multa da história

Continua após a publicidade

A Apple não quis comentar o caso, mas disse que está “comprometida em tratar todo mundo com respeito e dignidade”, e que quando a empresa recebe reclamações desse tipo, “as investigações são levadas a sério”. A gigante também tem declarado publicamente o seu esforço em contratar minorias: ela diz ter separado 50 milhões de dólares para investir na contratação de minorias e, desde 2014, publica um relatório de diversidade – embora 67% das pessoas nos cargos de liderança sejam homens brancos. 

Ou seja: a situação está longe de melhorar. De acordo com Danielle, algumas pessoas dentro da Apple chegam a compara-la, de forma sarcástica, a uma empresa chinesa chamada Foxconn, que já admitiu usar mão de obra infantil – e que viu 18 funcionários cometerem suicídio em 2010. A comparação, segundo Danielle, é que a Foxconn não chega aos pés da Apple em termos toxicidade de ambiente de trabalho.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.