Flávia Lobato
Perguntinha difícil, essa. Há séculos o homem vem tentando respondê-la, mas está longe de um consenso. Os cientistas costumam se dividir em dois grupos: os otimistas e os pessimistas. Os primeiros acreditam que, sim, o Universo está cheio de vida e, a qualquer momento, poderemos fazer contato com civilizações extraterrestres. Eles se apóiam na probabilidade estatística: somente em nossa galáxia, a Via Láctea, existem mais de 100 bilhões de estrelas – e ela é somente uma entre as 100 bilhões de galáxias que existem no Universo. Nessa imensidão de mundos, é difícil imaginar que sejamos os únicos seres abençoados com a vida. Já os pessimistas lembram que, apesar de todas as buscas realizadas, até hoje não foi encontrada uma evidência sólida sobre a existência de vida fora do nosso planeta. Em 2000, o paleontólogo Peter Ward e o astrônomo Donald Brownlee, ambos americanos e da Universidade de Washington, em Seattle, jogaram um balde de água fria nos otimistas ao publicar um livro chamado Rare Earth (lançado no Brasil como Sós no Universo), no qual defendem a hipótese de que a vida inteligente que existe na Terra é um fenômeno raríssimo, senão único. Para eles, o Universo provavelmente está repleto de criaturas vivas, só que unicelulares, como as bactérias, mais adaptáveis a situações extremas, como o excesso de calor e de frio. Já os seres mais complexos, feitos de muitas células, precisariam de lugares tranqüilos e estáveis para evoluir, como a Terra. Polêmicas à parte, os otimistas e pessimistas concordam num ponto: ainda sabemos pouquíssimo – quase nada – sobre o Universo. Continuar investigando é o único meio de, algum dia, descobrir se somos ou não tão especiais assim.