Não, elas existem, sim. A luz das estrelas distantes demora milhares de anos para chegar até a Terra mas, ainda assim, qualquer astro que você enxerga a olho nu está perto demais para ter morrido.
Os astros mais brilhantes ficam a míseros 500 anos-luz da Terra. Ou seja, sua luz passa 500 anos viajando antes de ser vista. Se o Cruzeiro do Sul, por exemplo, tivesse surgido no dia em que Cabral aportou no Brasil, seu brilho só apareceria no céu agora. Para um ser humano, que vive em média 80 anos, é um bocado de tempo. Mas para uma estrela, que chega a viver 10 bilhões de anos – como é o caso do Sol –, não é nada.
Veja a Eta Carinae. Ela está a 7 500 anos-luz da Terra. Isso quer dizer que seu brilho demora 7 500 anos para chegar aqui. “Mas estima-se que ela ainda vá viver 400 milênios”, explica à SUPER o astrônomo Augusto Daminelli, do Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo. “Nesse aspecto, a luz é uma tartaruga cósmica”, compara Daminelli.
As estrelas mortas que podemos ver ficam em galáxias distantes da Terra, como a Grande Nuvem de Magalhães – as da nossa galáxia já não brilham. Para ver a sua luz é preciso usar telescópio.
Cemitério iluminado
As estrelas mortas estão tão longe que sua luz só pode ser vista com a ajuda de telescópios.
1. A galáxia Herbble Deep-Field está a 10 bilhões de anos-luz da Terra. De suas 20 bilhões de estrelas, 90% já bateram as botas.
2. A galáxia de Andrômeda fica a 2 milhões de anos-luz daqui e tem 20 000 estrelas mortas.
3. A Grande Nuvem de Magalhães tem apenas 200 estrelas mortas. Essa galáxia fica logo ali, a 180 000 anos-luz.