Nanorrobô ajuda espermatozoides a nadar; veja como funciona
A ferramenta consegue fazer com que espermatozoides com problemas no flagelo possam fecundar óvulos
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 15% dos casais ao redor do globo têm problemas de fertilidade. Uma das causas recorrentes é a baixa motilidade espermática – produção de espermatozoides que têm defeitos no flagelo, e por isso não conseguem nadar até o óvulo. Para tentar corrigir isso, o Instituto de Nanociência Integrada de Dresden, na Alemanha, inventou uma espécie de prótese para espermatozoides.
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Chamado de spermbot (algo como espermobô), o dispositivo serve para suprir a necessidade de um flagelo saudável. Na experiência, os cientistas coletaram uma amostra de espermatozoides, que foram colocados numa placa de Petri. Em seguida, foram manobrando remotamente o spermbot (que é feito de titânio e níquel) usando um conjunto de ímas, até que ele se encaixasse num dos espermatozoides.
O spermbot prende o flagelo defeituoso dentro de si, deixando a cabeça do espermatozoide para fora. Em seguida, guiado pelo campo magnético, ele vai até o óvulo. Na hora da fecundação, a o robô microscópico se desprende do espermatozóide, para que ele possa penetrar no óvulo. A Sociedade Americana de Química produziu um vídeo que mostra o funcionamento da técnica. Veja abaixo:
Por enquanto, a técnica só foi testada em células animais, mas a ideia é desenvolvê-la para que possa ser usada em humanos, em clínicas de reprodução assistida. Ela promete duas vantagens em relação aos procedimentos que existem hoje, como a fertilização in vitro e a inseminação artificial. Maior índice de sucesso, que ficaria próximo de 100% dos casos (contra 30% da inseminação artificial), e custo mais baixo que a fertilização in vitro (que os planos de saúde não cobrem, e chega a custar R$ 20 mil por tentativa). O spermbot tende a ser bem mais barato, porque pode ser guiado automaticamente, por computador. Já a fertilização in vitro é um procedimento manual, em que o médico introduz um espermatozoide em um óvulo coletado da mulher – processo extremamente delicado e especializado, e por isso caro.
A espera, porém, pode ser longa. Os próprios pesquisadores envolvidos na pesquisa apontam que ainda há um longo caminho pela frente. De acordo com o estudo, entre as principais dificuldades atuais do projeto está o desafio de fazer com que o spermbot capture e solte os espermatozoides de maneira mais rápida. O lado bom é que os testes já revelaram que a técnica não é prejudicial aos gametas.
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