O que aconteceria se um avião seqüestrado se arremessasse sobre uma usina nuclear?
Poucas usinas no mundo foram projetadas para suportar um ataque como esse¿, afirma o físico nuclear .
Não há dúvida de que o resultado seria uma tragédia muito maior que a derrubada das torres do World Trade Center. “Poucas usinas no mundo foram projetadas para suportar um ataque como esse”, afirma o físico nuclear Luís Pinguelli Rosa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que, nos anos 80, fez um estudo simulando os efeitos do choque de um avião de médio porte, a 400 quilômetros por hora, contra a usina de Angra. “A destruição do reator emitiria na atmosfera uma radiação equivalente a até 10 000 vezes a liberada pela bomba de Hiroshima. Em um raio de 5 quilômetros ninguém sobreviveria – e, num raio de 50 km, seria o suficiente para causar câncer em até 20 000 pessoas”, diz ele. Além disso, controlar o incêndio provocado pelo combustível da aeronave se tornaria extremamente difícil, porque as equipes de emergência teriam que estar preparadas com roupas especiais para atuar sob altíssima radioatividade.
O local permaneceria contaminado por semanas. Mesmo assim, o número exato de vítimas – e do alcance dos danos – dependeria do vento e de outras condições atmosféricas: o vazamento de radiação de Chernobyl, em 1986, por exemplo, atingiu mais de 1 000 km de distância.