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Os lugares que eles amam

Em todos os continentes há registros de observações de extraterrestres, mas alguns países - em especial os Estados Unidos - se destacam pelo número de casos. Será que os ETs têm suas preferências regionais?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 31 Maio 2005, 22h00

Mariana Sgarioni

Quem nunca viu, provavelmente conhece alguém muito próximo que jura ter visto. Discos voadores são tão populares que há tempos se tornaram um dos raros temas universais, sucesso certo em qualquer mesa de boteco do mundo. Um dos motivos de os visitantes interplanetários despertarem tanto interesse em todas as culturas deve ser o fato de que eles já estiveram em todos os rincões da Terra. Pelo menos é o que parece. Segundo o Centro Brasileiro de Pesquisas em Discos Voadores (CBPDV), desde 1947, quando teve início a era moderna da ufologia, mais de 6 milhões de pessoas no mundo inteiro afirmaram ter tido algum tipo de contato com alienígenas – número que corresponde à população da cidade do Rio de Janeiro. É muita gente. “O desejo de não estarmos sozinhos no Universo é relatado ao longo dos tempos, em todas as épocas e culturas. O que difere é a forma como isso acontece”, diz o psicólogo Wellington Zangari, pesquisador do Laboratório de Psicologia da Religião, da Universidade de São Paulo (USP).

Para ver um ET, em primeiro lugar, dizem os ufólogos, é interessante ter boas condições geográficas e climáticas. Dificilmente alguém consegue enxergar um disco voador em meio ao caos urbano, com nuvens de fumaça, poluição, barulho de ônibus e sirenes de ambulância – embora isso possa acontecer, sim, de vez em quando. Locais mais tranqüilos, altos e montanhosos, como São Tomé das Letras (MG), Serra do Roncador (MT) e Chapada dos Guimarães (MT), em geral são mais propícios aos avistamentos. Descampados também são ambientes favoráveis para ver o céu com mais clareza – a fronteira desértica dos Estados Unidos com o México é onde se concentram os maiores sítios ufológicos do mundo. O caso mais famoso de que se tem notícia aconteceu em 1947, num rancho em Roswell, no Novo México, onde uma nave teria despencado. De lá para cá, o lugar vive do turismo ufológico (leia na página 30). Outra cidade, Rachel, perdida no meio do estado de Nevada, é emblemática: a estrada que chega até lá foi curiosamente batizada de Rodovia Extraterrestre.

QUEM VÊ MAIS

Sozinhas, as características topográficas não dizem muita coisa. Até porque o número de relatos não é o mesmo em todos os lugares calmos, desérticos e montanhosos do planeta – ele varia consideravelmente. Ao que tudo indica, por alguma razão misteriosa, os ETs adoram os Estados Unidos. Com 4,6% da população mundial, esse país concentra mais de 60% dos casos registrados de avistamentos de óvnis no planeta. Somente no estado da Califórnia, em fevereiro deste ano, 962 pessoas disseram ter visto naves espaciais. Já na China, apesar de ter 1,3 bilhão de habitantes, esse número cai para míseras 228 pessoas – isso durante o ano passado inteiro. A mesma discrepância pode-se observar na Europa. França e Inglaterra vêem muito mais óvnis do que a Alemanha, que tem uma população bem maior que a dos dois países. Será que os alienígenas teriam alguma preferência regional? “Não, eles não ‘aparecem’ mais aqui ou ali. Eles são mais ‘vistos’ aqui e ali. Em cidades cujas populações tenham uma predisposição maior para aceitar o fenômeno, uma única observação pode originar um resultado muito mais expressivo do que em outras, com menos predisposição para o fato”, diz o ufólogo Ademar Gevaerd, editor da revista UFO.

Faz sentido. Uma pesquisa realizada em 2002 pelo Instituto Roper apontou que 56% dos americanos acreditam em óvnis. E quem crê, vê. Em 1995, mais de 11 milhões de espectadores naquele país assistiram, fascinados, à suposta autópsia do ET capturado em Roswell, exibido pela Fox. “Os Estados Unidos sempre foram preocupados demais com inimigos invasores que podem destruí-los a qualquer momento”, diz o psicólogo Zangari. “Isso porque eles não conseguem perceber que quem destrói os outros são eles mesmos.”

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Foram os americanos que inventaram o termo ufo (unidentified flying objects), em 1947, para designar os tais “pratos voadores”. Na época, o piloto Kenneth Arnold convocou a imprensa para dizer que viu nove objetos estranhos enquanto conduzia seu avião monomotor no estado de Washington. Segundo o CBPDV, naquele mesmo ano foram registradas mais de 2 mil outras manifestações de ufos e contatos com seus tripulantes, em cerca de 30 países ao redor do mundo.

Como tudo o que é bom para os Estados Unidos deve ser bom para o Brasil, logo os relatos começaram a pipocar por aqui também. Menos de um mês depois do incidente envolvendo Arnold, foi noticiado um caso no Paraná: um agricultor contou ter visto uma nave pousar e seres de quase 2 metros de altura vasculhar os arredores. Diversos outros casos foram relatados até chegarmos a 1996, quando finalmente entramos para a lista dos tops da ufologia mundial, com o célebre ET de Varginha. Segundo a *U* Ufo Database, um banco de dados americano sobre ufologia, só em abril deste ano foram vistos cerca de 550 óvnis no Brasil.

ELES SABEM ONDE PISAM

De acordo com especialistas em ufologia, os vôos e aterrissagens dos alienígenas em nosso planeta não se dão por acaso. Eles passariam muito tempo estudando nossos hábitos, até o momento em que escolheriam onde dar o ar da graça. “Como seres tecnologicamente mais avançados, os ETs detêm conhecimento de como funciona e está organizada nossa sociedade planetária. Assim, eles fazem uma observação constante de nossas ações”, afirma Gevaerd.

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Segundo ele, é justamente por isso que a forma de agir dos extraterrestres se diferencia conforme o lugar e o nível de desenvolvimento da sociedade. “Está confirmado que, quando eles interagem com pessoas de centros urbanos, mais desenvolvidas, os ETs têm procedimentos mais refinados. Por exemplo, uma ação que envolva a abdução de um nova-iorquino, certamente, não será igual à abdução de um integrante de uma tribo africana ou paraguaia. Os ETs conhecem muito bem nossa sociedade e nossas etnias, de forma a saber o que querem e onde encontrar”, afirma Gevaerd. David Jacobs, professor de História da Universidade da Pensilvânia, que estuda abduções há 35 anos, concorda. Mas alerta: “É importante entender a natureza global desse fenômeno. Milhares de pessoas de todo o mundo têm falado que estão sendo abduzidas. Isso precisa ser estudado”.

Com 4.6% da população mundial, os Estados Unidos concentram mais de 60% dos casos registrados de avistamentos de óvnis no planeta

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Points no Brasil

Conheça cinco regiões no país que ganharam fama por supostamente atrair seres de outro mundo. Quando você for lá, não custa olhar para o céu!

Varginha (MG)

Desde o dia 20 de janeiro de 1996, quando seres de outro planeta teriam sido vistos por lá, a pacata cidade mineira entrou no roteiro do turismo ufológico nacional. Hoje, Varginha conta com um espaço de pouso para futuros visitantes interplanetários, além de pontos de ônibus que imitam naves espaciais e diversas lojas que vendem suvenires de ETs – inclusive os bichinhos vestindo a camisa do seu time favorito

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Peruíbe (SP)

O litoral sul de São Paulo é uma das áreas com maior incidência de avistamentos e abduções no Brasil. A região de Peruíbe, em especial, é um dos núcleos. Desde 2001, vem sediando encontros nacionais de ufologia. Até a prefeitura entrou na parada: no ano passado, a cidade lançou um roteiro ufológico oficial, que leva o turista a conhecer lugares com alta incidência de ETs, como Serra dos Itatins, Pedra da Serpente, Perequê, Guaraú, Barra do Una e Ilha de Queimada Grande

Itaara (RS)

Abriga, desde 2001, o Museu Internacional de Ufologia Victor Mostajo, criado e dirigido pelo presidente da Associação Brasileira de Pesquisas Ufológicas (ABPU), Hernan Mostajo, um estudioso do assunto. O lugar já faz parte da agenda de turismo do governo gaúcho e conta com painéis temáticos, réplicas de ETs, computadores com acesso a chats, além de 300 documentários sobre ufologia e astronomia

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Guarabira (PB)

Parada obrigatória para quem quer ver ETs – ou ser abduzido por eles. Dizem os ufólogos que a cidade, vista do alto, tem o formato de um disco. E que, por isso, no passado teria sido um local de pouso de óvnis. Depois de diversos casos,inclusive o de uma enorme sombra triangular pairando sobre Guabira, em 1996, a maioria dos moradores se oferece para dar informações e guiar turistas curiosos

Serra do Roncador (MT)

Lugar cercado de mistérios e aparições de ETs – além das evidentes exuberâncias naturais. Dizem que ali vivem seres intraterrestres (ou seja, que ficam embaixo da terra). Por isso, estão instaladas na região 16 representantes de comunidades místicas à procura de contatos e sinais de povos subterrâneos, sobreviventes da desaparecida Atlântida e dos incas, no Peru

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