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Os mais longos eclipses do século

Artigo do astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, comentando os mais longos eclipses.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 fev 2017, 19h20 - Publicado em 30 jun 1991, 22h00

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

No próximo dia 11, a Lua encobriria o Sol por mais de suas horas em diversos locais do planeta, inclusive no Brasil. Trata-se de um dos mais importantes fenômenos desse tipo desde 1901. O eclipse do próximo dia 11 reúne todas as condições características dos mais longos séculos ( veja tabela ). A duração máxima de um fenômeno como esse, mesmo sob as mais favoráveis circunstancias, é de minutos e segundos. Esse é o tempo que a Lua cobre inteiramente o Sol inteiramente, conforme ele é visto em um ponto qualquer da superfície da terra. O encobrimento parcial pode ser bem mais demorado, pois é contado desde o momento em que a Lua toca o disco solar e começa a oculta-lo, ate acabar de passar a sua frente. Nesse caso, a duração pode ultrapassar três horas, em certa região. É relativamente fácil descobrir por que o atual eclipse terá longa duração- México, ele alcançará um Maximo de 6 minutos e 54 segundos de encobrimento total.

Isso, é claro, depende da posição da terra e da Lua no espaço- e em julho esses astros encontram-se numa localização particularmente interessante. O motivo é que os eclipses mais demorados ocorrem quando a Lua esta na posição mais próxima da terra- ou no perigeu, em linguagem técnica-, e a Terra está o mais distante possível do Sol, isto é, no afélio. É uma circunstancia em que o tamanho do Sol, tal como é visto da Terra, será mínimo, e o diâmetro aparente da Lua será Maximo. Como conseqüência, levará mais tempo para o Sol passar por trás da Lua , por assim dizer. Acontece que o afélio ocorre sempre nos primeiros dias de julho, ou seja, mais ou menos na época do eclipse de agora. Alem disso, em sua rotação mensal em torno da Terra, a Lua estará pelo perigeu, em julho, exatamente no dia 11. Outro fator que contribuiu para tornar mais lento o eclipse é a região em que a sombra da lua projeta-se sobre a terra. Os eclipses vistos no equador tem menos duração porque, nessa faixa, a a velocidade de rotação da terá é maior do que na vizinhança dos pólos.

Assim na região do equador, a terra passa mais rapidamente sob a sombra. Vale notar que a lua desloca-se no espaço com a velocidade de 1 quilometro por segundo, ou 3600 quilômetros por hora: essa seria também a velocidade de sua sombra, se a terra fosse fixe no espaço. Nesse caso, a Lua e sua sombra se moveriam de oeste para leste. O problema é que para leste a dor, a terra gira de oeste para leste a uma velocidade de 500 quilometro por segundos ( ou seja, 1,8 milhão de quilômetros por hora).

Em vista disso, para um observador a superfície, a sombra desloca-se, na verdade, no sentido oposto: ele a vê passar de leste para oeste a uma velocidade praticamente igual a 500 ( o numero certo seria 500 menos 1, o que dá 499 quilômetros por segundos). Uma observação importante é que todas as partes da terra evidentemente, movem-se em conjunto, dos pólos ao equador. Do contrario, o planeta se esfacelaria. O pólo, no entanto, serve de eixo para a rotação, e por isso não sai do lugar enquanto gira. Já um ponto na linha do equador, ao girar, percorre grande distância no espaço.

Daí por que se pode dizer que a velocidade de rotação de um ponto sobre a Terra é tanto maior quanto mais distante esse ponto estiver dos pólos. Atualmente, é possível “ correr atrás de um eclipse”, ou seja, acompanhar o deslocamento da sombra projetada. A primeira experiência desse tipo foi realizada por meio de um barco, em 1936, e conseguiu-se aumentar a duração do eclipse total em 1 segundo. Os aviões começaram a ser usados a pertir de 1952, e o tempo ganho aumentou pra 1 minuto. Com as atuais aeronaves supersônicas, enfim as possibilidades tornaram-se bem melhores. Em 1973, por exemplo, o Concorde 001 Frances voou sobre a África a 2 000 quilometro por hora e conseguiu prolongar a totalidade de um eclipse para nada menos que 73 minutos, o recorde atual nesse tipo de empresa.
Ronaldo Rogério de Freitas Mourão é astrônomo e membro da União Astronômica Internacional.

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Eventos do mês

Constelação

No dia 15, às 20 h, estarão visíveis no céu as seguintes constelações: Ofiúco, Serpente, Hércules, Coroa, Boreal, Dragão, Cães de Caça, Virgem, Hidra Fêmea, Lobo, Centauro. Cruzeiro do sul, Argos, Peixe Voador, Compasso, Ave do Paraíso, Oitante, Tucano, Pavão, Grou, Índio, Altar, Telescópio, Sagitário, Capricórnio, Aquário, Águia, Flecha, Lira, Delfim.
Meteoros

Os sagitários entram em máxima atividades no dia 6, e são visíveis junto ao zênite por volta das 23h30, com freqüência de 4 meteoros a hora. Eles têm radiante em sagitário, isto é, o movimento dos vários corpos convergem na direção dessa constelação. No dia 25, será a vez dos capricórnio. De brilho fraco, apresentam taxa horária de 16 meteoros e são visíveis junto ao meridiano à 1 h da madrugada. No dia 28, os Delta Aquarídios de 15 meteoros a hora, e passam pelo meridiano á 1h 30. Finalmente, no dia 30, seria o Maximo dos pisces Aquarídios. Com taxa horária de 10 meteoros, eles passam pelo meridiano ás 2 h. convém observar os meteoros quando a Lua está abaixo do horizonte e longe de luzes artificiais.
Planetas

Mercúrio: ao anoitecer, logo após o acaso, no final do mês, surge com magnitude +0,7 ( comparar com Sirius, a estrela mais brilhante, de magnitude – 1? Quanto maior a magnitude, menor o brilho). No dia 25, o planeta alcança afastamento Maximo do sol e fará sua melhor aparição vespertina do ano.

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Vênus: aparece reluzente no céu vespertino, com magnitude -4,6. No dia 17, e seu momento de maior fulgor, será o astro mais brilhante do firmamento.

Marte: observa-lo junto a Câncer até o dia 25, quando surgira perto de Leão, visível ao acaso, com magnitude +2. No dia 14, faz conjunção- ou aparece bem próximo- com Regulus, a estrela mais brilhantes de Leão.

Júpiter: visível durante quase toda a noite junto a Câncer, até o dia 17. Daí em diante, surge próximo de leão, Magnitude -1,3.

Saturno: procurá-lo durante quase toda a noite em capricórnio, magnitude +0,4. No dia 26, alcança a oposição, isto é, nesse dia, ele e o Sol ficam em posição exatamente oposta, com referencia a Terra, 1, 3 bilhão de quilômetros.

Urano: visível com luneta em sagitário, magnitude +5,9. No dia 3, ele se colocara à menor distancia da Terra, 22,76 bilhões de quilômetros. No dia 4 estará em oposição.

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Netuno: visível com luneta em sagitário, magnitude +7,7. No dia 8, estará em oposição e, no dia 9, alcançara a menor distancia da terra, 4, 36 bilhões de quilômetros.

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