Os grandes laboratórios farmacêuticos multinacionais estão usando computadores para projetar, molécula por molécula, medicamentos mais eficazes no combate a doenças cardiovasculares, do sistema nervoso e até simples dores de cabeça. Os medicamentos assim produzidos se encaixam perfeitamente nas proteínas das paredes das células, chamadas receptores. Estes, em seguida ao encaixe, dão o sinal verde para a produção de substâncias que controlam a coagulação do sangue, alterações nervosas e as respostas do sistema imunológico. Até recentemente, encontrar a combinação certa para ativar cada proteína receptora do organismo era algo que demandava anos de pesquisa na base da tentativa e erro. Agora, o desenho das moléculas direto na tela do computador, permite testá-las, reproduzindo-se as proteínas com as técnicas atuais de recombinação genética. “As perspectivas são promissoras”, comenta a farmacêutica bioquímica Maria Inês Santoro, da Universidade de São Paulo. “É uma pena que os laboratórios nacionais não costumem investir em pesquisas”.