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Um clarão do tempo em que ainda não havia estrelas

O satélite artificial norte-americano COBE obtém imagem que mostra o mundo ainda em gestação.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 30 abr 1992, 22h00

O satélite americano COBE, em orbita a 900 quilômetros de altura, pôs fim a uma formidável busca de duas décadas pelo céu. Seu objetivo era descobrir que aspecto teria i Universo antes mesmo de existirem estrelas, há nada menos de 15bolhões de anos. Agora, numa admirável proeza científica, o COBE obteve uma imagem que mostra o mundo ainda em gestação.Não admira a comoção dos astrofísicos em todo o mundo. “É uma descoberta incrivelmente importante”, diz o americano Michael Turner, da Universidade de Chicago. “Toda a humanidade precisa tornar consciência de tal fato, emenda o especialista Jean Michael Alimi. Do Centro Nacional de Pesquisa Cientifica, França, que mal teve tempo de falar a SUPERINTERESSANTE porque o telefone não parava de tocar. Não parece haver duvidas: o COBE encontrou resquícios da sopa de átomos que enchia o espaço apenas 300.000 anos depois da explosão que fez surgir o Universo. Nesse instante, uma ligeira vibração na massa de matéria fez com que ela se fragmentasse em escalas cósmicas. Ou seja, os átomos que se antes se espalhavam igualmente por todas as partes, começaram a se concentrar em certos pontos, como imensos aglomerado partiu-se em milhares de galáxias, cada uma delas contendo muitos bilhões de estrelas. O COBE achou pistas desses aglomerados primordiais ao medir, com precisão inigualável, a temperatura da radiação de fundo – a luz que, no passado, esteve misturada à sopa de átomos e ainda hoje preenche o espaço, como um brilho fóssil perdido no tempo. Denominada radiação de fundo, e observada atualmente na forma de microondas, sua temperatura é ligeiramente superior em certos pontos do céu, sinal inequívoco de que tais pontos, no passado remoto, eram mais densos. A variação de calor é ínfima, de ordem, da ordem de 30 milionésimos de graus Celsius (isso é que se mede acima ou abaixo da média de menos 270,42 graus, temperatura atual da radiação de fundo). Para os astrofísicos brasileiros Augusto Damineli e Antônio Pacheco, da USP, esse valor é compatível com a explicação vigente sobre a formação das galáxias, baseada na teoria do Big Bang. E o mesmo pensam os especialistas internacionais com quem eles entraram em contato logo após o anúncio da proeza do COBE. Esta teria sido acolhida até pelo americano James Pebbles, defensor da teoria, mas extremamente exigente. Alguns pesquisadores chegam a dizer que agora será possível conhecer a quantidade total de matéria existente no Cosmo – o que permitiria dizer se sua expansão persistirá para sempre, ou se ele voltará a encolher até o estado em que existia no momento do Big Bang. A despeito de tudo isso, Damineli e Pacheco alertam contra exageros: a medida do COBE não supera a própria descoberta da radiação de fundo, feita em 1965. “Portanto, ela não pode ser apontada como a mais importante descoberta do século”.

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