Uma nova receita para o Universo
A descoberta de manchas de calor no Universo pelo satélite COBE cria polêmica sobre a origem das primeiras galáxias.
A imagem que espantou o mundo em meados do ano passado realmente mostra manchas de calor remanescentes da infância do Universo – locais onde a matéria estaria prestes a implodir como enxames de galáxias (foto). Cálculos recentes tendem a dissipar as dúvidas contra essa interpretação e fortalecem a incipiente candidatura ao Nobel do astrofísico americano George Smoot, da Universidade da Califórnia. Ele é o chefe da equipe que captou as manchas de calor por meio do satélite COBE. Os críticos argumentam que as manchas podem estar espalhadas de forma arbitrária – não retratam os aglomerados de matéria quando o Universo tinha apenas 300 000 anos. Outros crêem que os dados do COBE são compatíveis com a teoria. Eles supõem que a matéria visível representa menos de 5% da matéria total existente – que não brilha, na maior parte. Ela reuniria, por exemplo, partículas subatômicas de nome neutrino. Os teóricos estimam que tudo se encaixa se 25%da matéria escura estiver na forma de neutrinos velozes, ou “quentes”. Os 75% restantes podem ser qualquer forma de matéria lenta.