Karin Hueck
Se você acha que raio X serve só para ver osso quebrado, está enganado. O artista inglês Nick Veasey percebeu que fotografar as coisas por dentro pode ser surpreendente. Quatro mil objetos, de aparelhos eletrônicos a prédios inteiros, já foram destrinchados por ele. E aqui você vê as imagens mais incríveis.
Apertem os cintos
O raio X deste Boeing 777 foi tirado em tamanho natural no aeroporto de Boston, nos EUA, em 2003. O avião foi fotografado em 500 pequenas imagens para flagrar todos os detalhes – repare que a aeronave está em manutenção. Para fazer as imagens, Nick trabalha com máquinas industriais, usadas normalmente para analisar obras de arte e equipamentos militares, e que são 60 vezes mais potentes do que os aparelhos médicos.
Ônibus dos mortos vivos
Expor pessoas aos efeitos dos raios X pode ser perigoso. Por isso, Nick nunca tira mais de 4 retratos do mesmo homem e 3 da mesma mulher. Em trabalhos complexos, como a foto deste ônibus, Nick tem de dar um jeitinho. Todos os passageiros abaixo são, na verdade, a mesma pessoa: um cadáver doado à pesquisa científica, que o artista teve de ficar trocando de lugar até preencher todos os bancos do ônibus.
Raio chip
Nick costuma falar que desde pequeno tem vontade de saber como as coisas funcionam. Tirar o raio X de aparelhos elétricos, como este computador, esta furadeira e este secador de cabelos, o ajuda a entender o que acontece lá dentro. Para conseguir as imagens, Nick expõe os objetos por até 12 minutos à radiação. Por isso, ele sempre trabalha com uma roupa especial, que o protege dos raios.
Um dia na firma
Para fotografar este prédio, Nick precisou tirar mais de 200 retratos. Isso porque cada filme de raio X tem, no máximo, 36 centímetros de largura. Neste escritório, os funcionários são esqueletos. Nas imagens que misturam figuras humanas com objetos, o artista fotografa cada elemento separadamente. Depois, ele sobrepõe as imagens no computador, com o Photoshop.