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Asteroide que extinguiu dinossauros teve a pior trajetória possível

O ângulo do impacto com a Terra contribuiu para a extinção de 75% da vida no planeta há 66 milhões de anos.

Por Maria Clara Rossini
28 Maio 2020, 16h44

Nem todas as quedas de meteoros na Terra são catastróficas. Na verdade, a maioria desses pedregulhos espaciais não faz mal algum – têm poucos metros de diâmetro e geralmente caem em áreas despovoadas. Mas basta ter o tamanho e o ângulo de impacto certos para mudar os rumos da história.

A partir de um quilômetro de diâmetro, os meteoros passam a ser chamados de asteroides. O asteroide que causou a extinção dos dinossauros, por exemplo, tinha 17 quilômetros de tamanho e chegou à atmosfera terrestre a uma velocidade de 20 quilômetros por segundo. Na hora do impacto, a pedra gigante veio da direção nordeste e despencou no solo em um ângulo de 60°. Isso, para a vida da época, foi o pior que poderia ter acontecido.

Foi o que descobriu um estudo feito pelo Imperial College de Londres e publicado na revista científica Nature Communications. Os pesquisadores fizeram simulações em 3D com base na cratera Chicxulub, no México, onde o asteroide caiu. Eles compararam os possíveis cenários de queda com as informações geológicas encontradas no local. Além de fornecer informações sobre a história da Terra, o estudo ajuda a entender como as crateras de outros planetas se formam.

De todos os ângulos que o asteroide poderia ter atingido a Terra, o de 60° é justamente o que causaria a maior letalidade da vida terrestre. Abaixo você vê o vídeo da simulação.

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A maior parte dos seres vivos não morreu pela colisão do asteroide em si, mas sim pelas consequências posteriores. O impacto liberou bilhões de toneladas de enxofre na atmosfera, o suficiente para bloquear a luz do Sol durante anos, criando um inverno nuclear. Sem luz, as plantas não conseguem fazer fotossíntese e acabam morrendo. Sem plantas, os herbívoros não têm o que comer e morrem também. Sem herbívoros, os carnívoros também perdem sua fonte de alimento e são os últimos afetados na reação em cadeia. Tchau, dinos.

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Mas o ângulo em que o asteroide caiu na superfície aumentou a letalidade do evento. Ele liberou ainda mais gases e detritos, que se espalharam pela atmosfera e foram responsáveis por mudanças climáticas drásticas, como a queda nas temperaturas. De acordo com o líder da pesquisa, se o asteroide tivesse atingido o solo “de frente”, com um ângulo de 90°, ele teria esmagado mais pedras, mas elas não se espalhariam tanto pela atmosfera como aconteceu. 

Atualmente, o impacto do asteroide é a teoria mais aceita para explicar a extinção em massa que marcou o fim do período Cretáceo e o início do Paleogeno. Outras hipóteses envolvem atividade vulcânica, chuva de cometas, mudanças climáticas ou uma combinação de várias delas.

Claro que ficamos tristes pelos dinossauros, mas outras formas de vida sobreviveram ao inverno e evoluíram sem eles – inclusive os mamíferos que deram origem aos hominídeos, cerca de dois milhões de anos atrás. As condições do impacto foram tão raras e especiais que as chances de algo assim se repetir são ínfimas. A humanidade agradece.

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